Quem convive mais de perto com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), garante que ela se animou a entrar no processo eleitoral.
Sempre que era questionada, dizia que não falava sobre isso enquanto os efeitos da pandemia não estivessem controlados e a vacinação não tivesse avançado. Isso está mais resolvido e ela se permite, agora, planejar uma candidatura.
Seus incentivadores, dentro e fora do PSDB, têm demarcado as diferenças entre ela e Miguel Coelho (MDB), também possível candidato ao Palácio.
É uma demonstração de que a disputa pela vaga da oposição vai acirrar.
Apesar de Raquel e Miguel serem "herdeiros" políticos, pontuam que ele representa um "familismo" enquanto Raquel tem luz própria.
"Veja essas viagens que Miguel está fazendo. Quando chega o carro, chega com pai e irmãos. Não chegam com os parlamentares da região", diz uma fonte ligada ao PSDB do estado.
Na visão de alguns, o objetivo dos Coelho é mais ampliar suas bases políticas familiares do que unir a oposição.
Além disso, pesa o bolsonarismo.
Miguel, estava há poucos dias com o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, num evento em Petrolina no qual não faltaram elogios ao presidente. Bolsonaro tem rejeição muito alta em Pernambuco.
Seria uma outra vantagem para Raquel que conseguiria receber votos de antipetistas e antibolsonaristas, sem grandes malabarismos retóricos.
O corredor da oposição vai ficando estreito. Isso ia acontecer em algum momento. O acotovelamento vai começar?