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Cena Política

Por Igor Maciel
Cena Política

Para agradar Bolsonaro, Arthur Lira vai manter a chama do voto impresso acesa. Querem repetir os EUA

Bolsonaro só está copiando Trump, que conseguiu manter considerável apoio de seus eleitores, após a derrota, acusando o sistema eleitoral americano de fraude. Sistema, lá, que é impresso.

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Igor Maciel

Publicado em 06/08/2021 às 9:00
Donald Trump e Jair Bolsonaro são alvos de inquérito em seus países - ALAN SANTOS/PR

Para ser aprovado e valer em 2022, como quer Jair Bolsonaro (sem partido), o voto impresso precisa ser colocado em pauta e votado, no Plenário, antes do dia 2 de outubro.

Apesar de ter sido rejeitada na comissão, a ideia ainda pode ir à votação de todos os deputados, porque o projeto pode ser avocado.

Mas, um deputado com quem a coluna conversou resumiu a chance de o projeto ser aprovado: "nenhuma!".

Segundo ele, quando o projeto perde na comissão, da forma que foi, por 23x11, tende a morrer. A discussão deve se arrastar por mais um mês e depois fica tudo como está.

Arthur Lira busca agradar Bolsonaro e dar ao aliado, chefe do Executivo, a chance de continuar criando caso com a votação. O próprio Lira já declarou que discutir voto impresso era perda de tempo e de energia.

A iniciativa, então, talvez seja apenas para deixar a "chama acesa" na guerra de Bolsonaro.

O presidente da República, antevendo uma derrota em 2022, busca plantar o argumento de fraude para segurar apoiadores em 2022, caso perca a eleição. Está copiando Trump.

Hoje, por exemplo, quase 50% dos eleitores republicanos de Trump, nos EUA, acreditam que o ex-presidente venceu a eleição de 2020.

Por lá, o discurso também foi de que o pleito foi fraudado.

Lá, é bom que se lembre, o voto é impresso.

As votações foram auditadas em vários estados, após a reclamação de Trump, mas não se provou fraude em nenhuma delas.

Foi o suficiente, porém, para que o sistema fosse colocado em dúvida e Trump mantivesse um apoio considerável, apesar de ter sido derrotado. Suficiente também para que um grupo invadisse o Congresso americano, numa ação que até deixou mortos.

Bolsonaro tenta fazer o mesmo por aqui.

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