Para ser aprovado e valer em 2022, como quer Jair Bolsonaro (sem partido), o voto impresso precisa ser colocado em pauta e votado, no Plenário, antes do dia 2 de outubro.
Apesar de ter sido rejeitada na comissão, a ideia ainda pode ir à votação de todos os deputados, porque o projeto pode ser avocado.
Mas, um deputado com quem a coluna conversou resumiu a chance de o projeto ser aprovado: "nenhuma!".
Segundo ele, quando o projeto perde na comissão, da forma que foi, por 23x11, tende a morrer. A discussão deve se arrastar por mais um mês e depois fica tudo como está.
Arthur Lira busca agradar Bolsonaro e dar ao aliado, chefe do Executivo, a chance de continuar criando caso com a votação. O próprio Lira já declarou que discutir voto impresso era perda de tempo e de energia.
A iniciativa, então, talvez seja apenas para deixar a "chama acesa" na guerra de Bolsonaro.
O presidente da República, antevendo uma derrota em 2022, busca plantar o argumento de fraude para segurar apoiadores em 2022, caso perca a eleição. Está copiando Trump.
Hoje, por exemplo, quase 50% dos eleitores republicanos de Trump, nos EUA, acreditam que o ex-presidente venceu a eleição de 2020.
Por lá, o discurso também foi de que o pleito foi fraudado.
Lá, é bom que se lembre, o voto é impresso.
As votações foram auditadas em vários estados, após a reclamação de Trump, mas não se provou fraude em nenhuma delas.
Foi o suficiente, porém, para que o sistema fosse colocado em dúvida e Trump mantivesse um apoio considerável, apesar de ter sido derrotado. Suficiente também para que um grupo invadisse o Congresso americano, numa ação que até deixou mortos.
Bolsonaro tenta fazer o mesmo por aqui.