O programa de reuniões montado por Lula (PT) para a visita em Pernambuco mostra que o interesse dele é fazer uma programação e se aproximar dos líderes políticos locais de acordo com o apoio que eles puderem dar e em que momento. Para alguns, o alvo é o 1º turno e, para outros, o 2º turno.
A divisão fica ainda mais evidente se colocada na observação da agenda. Primeiro o ex-presidente marcou conversas com partidos de esquerda e, na sequência, integrantes de siglas que, nacionalmente não têm chance de apoiar o PT no 1º turno.
No domingo (15), por exemplo, houve conversas com o PSB, o PSOL e o PCdoB, entre outros. Para esse grupo, o apelo era por uma "frente de esquerda contra Bolsonaro".
Para o momento seguinte, há conversas com partidos de centro e até de centro-direito. Com estes, o apelo é diferente e o argumento também. O recado é que Lula está negociando com as direções nacionais desses partidos para que ninguém seja obrigado a apoiar Bolsonaro (sem partido) em suas regiões.
A ideia é que integrantes de partidos como o PP e o Republicanos, em Pernambuco, fiquem livres para seguir a onda local, ao invés de seguirem a nacional, onde o apoio a Bolsonaro vem sendo construído.
Em Pernambuco, como se sabe, Bolsonaro tem uma rejeição acima de 60% e Lula tem uma alta expectativa de votos.
Em um pequeno desvio desse argumento, há o MDB, por exemplo, que não deve apoiar Bolsonaro mas, nacionalmente, também não vai apoiar Lula em um 1º turno. Mas, o petista sabe como é o MDB, uma colcha de retalhos em que cada diretório segue um caminho diferente.
Lula quer apostar nessa pescaria por aqui. Aguardar para ver quantos peixes vão pra cesta.