As pesquisas mais recentes mostrando cenários para a disputa pela presidência da República podem ser apenas um retrato do momento e não definir quem vai ganhar ou perder a eleição em 2022, mas trazem sinais claros de como está o humor da população.
Algo que fica cada vez mais claro é que o candidato mais competitivo de 2022, chama-se "nem, nem". "Nem Lula, nem Bolsonaro".
Esta semana, há levantamentos, por exemplo, mostrando crescimento de Lula (PT) e queda de Bolsonaro (sem partido). O mesmo levantamento, porém, aponta um componente muito forte no voto bolsonarista do elemento "anti-PT".
Nas entrevistas, 25% dos eleitores que apontam voto em Bolsonaro dizem que votam nele para evitar que o "PT volte".
No caso de Lula, o elemento anti-bolsonaro responde por 8%.
Esse candidato, que negue os dois polos, ainda não existe. Ou está aí e não foi percebido por esse eleitor.
Parece conversa fiada, já que outras opções existem e estão na estrada, mas a mesma pesquisa aponta que mais da metade dos entrevistados gostaria de votar em outro candidato que não fosse Lula, nem Bolsonaro. O índice chega a 58% no levantamento espontâneo.
Quando todos os candidatos são apresentados, na pesquisa estimulada, ainda assim os que não votam em ninguém chamam atenção. O terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), briga voto a voto com a soma de "não sabe" e "Branco/Nulo".
Quando a pergunta é feita de maneira específica, o "nem, nem" vence Bolsonaro, por exemplo.
Numa disputa fictícia entre Lula, Bolsonaro e "Nem um, nem outro", o petista tem 45%, o "nem, nem" chega a 25% e Bolsonaro teria 23%.
Quem é "nem, nem"? É a pergunta mais importante da República. Sem resposta, ainda.