O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem feito de tudo para inflamar o debate sobre as manifestações do 7 de setembro.
Usa isso, como fez em viagem pelo Nordeste, para dizer que "será um recado para o STF".
Influenciadores digitais entraram na onda e estão ajudando no discurso, alguns com "medo" e outros com incentivo, porque a maluquice bolsonarista dá audiência nas redes.
A oposição também está lucrando politicamente. A verdade é que, para quem se apresenta como salvador, quanto maior o caos, mais importante ele se torna.
Lula (PT), "vai salvar você de Bolsonaro". E Ciro (PDT), "vai salvar você de Lula e de Bolsonaro".
Eles não teriam importância se tudo estivesse calmo em terras brasileiras. Esse clima caótico e similar ao de uma "tensão irreversível" é lucrativo para quem quer ser remédio.
Bolsonaro também não está sendo o "divulgador do apocalipse" porque acha bonito e confortável. A verdade é que o governo dele já "subiu no telhado" e é preciso ter uma cortina de fumaça eficiente para não admitir que a gestão faliu.
Mais que isso, Bolsonaro está pressionado por investigações e ameaças de prisão até contra seus filhos, denúncias de corrupção preocupam e figuras caricatas como o advogado Frederico Wassef e Fabrício Queiroz são como "zumbidos de abelha" preocupantes, daqueles chatos, que não param.
Se não pode interromper o zumbido no ar, o presidente resolveu gritar pra chamar mais atenção que o barulho.