O governo Federal virou um grande palanque eleitoral para 2022, no momento em que o Brasil mais precisa de gestão equilibrada e foco em soluções.
O ministro da Comunicações é pré-candidato a governador ou senador no Rio Grande do Norte, o ministro da Saúde é pré-candidato a governador ou senador na Paraíba, o ministro da Justiça deve ser candidato a senador ou governador do Distrito Federal, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, deve ser candidato a governador em São Paulo.
Os ministros da Agricultura (Tereza Cristina), Cidadania (João Roma), Desenvolvimento Regional (Rogério Marinho), Turismo (Gilson Machado), Ciência e Tecnologia (Marcos Pontes), Direitos Humanos (Damares Alves) e os da Secretaria-geral (Onyx Lorenzoni) e Secretaria de Governo (Flávia Arruda) também devem ser candidatos em seus estados, ao Senado ou aos governos estaduais.
Inflação alta e subindo, gasolina e diesel caros e subindo, desemprego alto e piorando, mas o foco da gestão é garantir a eleição dos ocupantes das pastas que estão se lançando desesperadamente às urnas enquanto passam a impressão de que não acreditam na continuação do governo após 2022, com uma eventual reeleição.
A maior parte da lista de candidatos é formada por nomes indicados pelo centrão, gente que chegou já sabendo que estava de passagem, apenas aproveitando o momento e o desespero do presidente que temia um impeachment na época e aceitou tudo pelo que chamou de governabilidade.
A "governabilidade", porém, comprovou-se mais um arremedo de sustentação do que algo voltado para o desenvolvimento do país. Nem as reformas andaram e não devem mais andar na expectativa de eleições.
Se aguentarmos até lá.