"Está tudo funcionando em conformidade com as regras, mas se puder evitar olhar embaixo do tapete, é melhor".
Basicamente é isso que o Congresso está dizendo quando se fala em "Orçamento Secreto" para se referir às emendas de relator tão polêmicas.
Aliás, deputados e senadores ficam muito chateados quando se fala em orçamento secreto.
"Não tem nada de secreto", dizem.
Mas, o clima fica muito pesado quando se fala em dar transparência à distribuição de verbas feitas através da escolha de um relator definido pelo presidente da Câmara. Transparência? Pra quê?
Está tudo limpinho, mas qual a necessidade de levantar o tapete, não é mesmo?
A apreensão, inclusive, aumentou quando a Polícia Federal pediu, há alguns dias, ao STF, para investigar a distribuição de emendas. A base do governo está preocupada com duas possibilidades no andamento da investigação.
A primeira é que setores da Polícia Federal controlados pelo Planalto usem isso para pressionar aliados.
Mas, o medo maior é com o componente eleitoral e com a parte da PF sobre a qual o presidente não tem controle. Muitos policiais são fiéis à operação Lava Jato e ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos).
O presidente Jair Bolsonaro (ainda sem partido) caiu um pouco mais em popularidade nos últimos dias. Pela primeira vez, trouxe o Blog de Jamildo, alcançou menos que 20% em avaliação de ótimo e bom.
Os dados são da pesquisa Atlas/Intel.
Ele está perdendo algo que ainda o sustenta de pé, mesmo nas cordas.
As coisas podem complicar muito nos próximos dias.