A necessidade está fazendo Danilo Cabral (PSB) cometer um erro estratégico que também é um acerto de precaução.
Explico: o candidato da Frente Popular tem se preocupado muito em mostrar-se lado a lado com o ex-presidente Lula (PT).
As reiteradas ocasiões, nos últimos dias, em que repetiu ser o "candidato de Lula", deram uma dimensão da dependência que a candidatura dele tem em relação ao petista.
A preocupação com a tentativa de Marília Arraes (SD) usar a imagem do ex-presidente na campanha e atrair mais votos com isso do que o socialista gerou essa situação. A impressão é que Danilo acompanha a agenda do pré-candidato a presidente e pega um avião para onde ele estiver se der pra fazer uma foto.
Esta semana, chegou a fazer uma provocação à Marília, questionando se seria ela quem estaria em São Paulo com Lula ou seria ele, durante uma agenda (o evento era do PSB. Claro que foi ele).
Isso chamou a atenção no cenário regional.
O PT, que estava rendido após a confusão criada por Marília com sua ida ao SD, renasceu nas discussões locais sobre a vaga ao Senado.
Entenderam que Danilo está tão "desesperado" pelo apoio do chefe petista que o PSB aceitará qualquer coisa. E parece ser verdade.
Os socialistas, pesquisas à mão, parecem rendidos sobre a própria dependência.
Mas a atitude de Danilo também tem um acerto, de precaução. É que o PSB não confia no empenho do PT durante a campanha e imagina que os petistas podem pedir voto pro seu senador e abandonar Danilo.
O socialista, que não é bobo, está criando um álbum com Lula pra usar, por sua conta.