Uma aproximação entre os palanques de Miguel Coelho (UB) e Raquel Lyra (PSDB) não é descartada. Inclusive eles voltaram a conversar mais a fundo sobre isso na última semana. O movimento poderia isolar Marília Arraes (SD) completamente.
A deputada não conseguiu apoios importantes que tentou, como o do MDB e do PSD, além de não estar conseguindo usar o nome Arraes para atrair os colegas de oposição.
Marília, na verdade, tomou atitudes que criaram atritos com os colegas de oposição. Chegou a acertar sua participação na chapa com Raquel Lyra, como candidata ao Senado, e depois desistiu.
Em seguida, bem no momento em que Miguel Coelho acenava para ela, Marília se aliou ao maior adversário do sertanejo em Petrolina, Julio Lossio.
Com Lula reiterando que não a apoia, a perspectiva não é boa.
Não é tão simples
O cálculo da ex-petista, e de quem a assessora, era que o sobrenome Arraes e a imagem de Lula a transformariam em um ímã. A opção Marília seria, por esse ponto de vista, algo "politicamente irresistível".
Chega a ser um pouco ingênuo.
É verdade que o impacto da ex-petista na disputa é grande. É verdade que ela mexe com o tabuleiro. É verdade que ela exerce um papel crucial para o enfraquecimento do PSB e da Frente Popular, estando com o palanque montado.
Mas para ser protagonista, algo possível, vai um pouco mais de estrada.
Em entrevista recente à Rádio Jornal, o cientista político Adriano Oliveira disse que ela só foi eleita em 2018 com um tripé: Lula, o PT e o sobrenome Arraes. Análise certeira.
Ela perdeu duas dessas sustentações quando foi para o Solidariedade. Conseguiu apoios importantes, como o do prefeito de Paulista Yves Ribeiro (MDB). Mas não atraiu o MDB de Raul Henry e Jarbas, não levou André de Paula com o PSD e nem conseguiu atrair a delegada Gleide Ângelo (PSB), que era outro alvo.
Se começar a perder intenção de voto em pesquisa, pode ficar isolada.