Preocupado em não ser uma versão radical dele mesmo, porque estava perdendo intenções de voto em pesquisa cada vez que falava alguma bobagem, Lula (PT) resolveu ser uma versão de Bolsonaro à esquerda, criticando o “politicamente correto” e até defendendo que se faça "piada com nordestinos".
E a surpresa, pra alguns, é com o quanto ele se dá bem nesse personagem.
O Lula de 1989 que defendia a luta de classes e o controle da mídia vai dar lugar, agora, ao… Lula de sempre.
Sim, porque o ex-presidente nunca foi um exemplo de politicamente correto, pelo contrário, e quem já conversou com ele, fora dos microfones, e algumas vezes perto, sabe muito bem disso. Em certa época teve problemas com os moradores de Pelotas no Rio Grande do Sul. Em outra, atacou feministas com expressões xulas.
A questão é que todas as tiradas "jocosas" e politicamente incorretas de Lula, antes, eram vistas como grandes gafes pela opinião pública ou como momentos de descontração, pela esquerda que lhe beija a mão.
Bolsonaro acabou com isso. Agora, dá voto ser indelicado e fazer piada com minorias ou com habitantes de uma determinada região do país.
A quinta série fez doutorado nesse período bolsonarista e Lula pode se beneficiar disso.
Petistas vão reclamar, como sempre, mas o fato é que Lula se sente muito bem no ambiente criado por Bolsonaro, quando busca ser "autêntico".
O problema é explicar todas as "lutas" que a esquerda sustenta, quando seu maior líder descamba para esse "novo normal".