Em visita ao Sistema Jornal do Commercio, a pré-candidata ao governo Raquel Lyra (PSDB) falou sobre propostas da sua campanha e reclamou bastante do governo de Paulo Câmara (PSB) e do tratamento que ele deu aos municípios nos últimos anos.
Ela contou coisas sobre a condução da crise pelo governo do Estado durante a pandemia, junto aos prefeitos, por exemplo, que não se distanciam muito do comportamento que teve Bolsonaro no plano nacional.
A reclamação é comum entre outros gestores, até do próprio PSB.
A impressão é que a gestão, nos últimos oito anos, andou tão distante dos municípios que não surpreende três prefeitos terem virado candidatos à cadeira do próprio Paulo.
Como não existe vácuo no poder, os gestores municipais que tinham maior capacidade gerencial e foram abandonados a própria sorte, principalmente no momento mais duro da pandemia, tiveram que se superar e acabaram ganhando destaque.
De fato, pesquisas sempre atestaram que os prefeitos foram os que mais tiveram acréscimo de popularidade durante a maior parte da crise.
Governo responde
O governo do Estado respondeu.
Em nota oficial, listou as datas de ao menos nove reuniões com os prefeitos que aconteceram em dois anos, entre 2020 e 2022.
A nota cita ainda outras 43 reuniões realizadas com as secretarias municipais e diz que a comparação com Bolsonaro, feita na coluna, "não condiz com a realidade".
A nota segue afirmando que a gestão nunca se baseou em critérios políticos para a instalação dos hospitais de campanha, que teve "a segunda menor taxa de mortalidade por coronavírus do país" e finaliza com uma ironia:
"Sobre falta de diálogo, o colunista pode arguir a Câmara de Vereadores de Caruaru e conferir a interlocução da ex-prefeita com o Poder Legislativo Municipal".
A menção é à relação difícil que Raquel tinha com os vereadores da cidade que governava e que reclamavam com ela, exatamente, por falta de diálogo.