O presidente Jair Bolsonaro (PL) está crescendo e se aproxima de Lula (PT) em várias regiões do país, nas pesquisas.
Há quem aponte o pagamento do Auxílio Brasil como principal motivo disso. É um erro.
O brasileiro que observou a pandemia e a guerra da Rússia com a Ucrânia como algo que atrapalhou o resultado do atual governo pode acabar melhorando as chances bolsonaristas.
O eleitor desapaixonado, aquele que decide uma eleição apertada como tende a ser essa, costuma votar amparado na percepção do mundo para cada momento.
Não quer dizer que ele vote com “inteligência”.
Ele vota com a impressão do instante, ele julga cada candidato pelo próprio repertório e esse repertório é influenciado pelas dificuldades que compartilha com o candidato.
Postos à mesa, Lula e Bolsonaro terão histórias diferentes para a crise econômica que o país vive.
Lula dirá que é culpa de Bolsonaro.
Bolsonaro dirá que a culpa é de Putin, da Rússia, e da pandemia que assolou o país nos últimos dois anos. Ele até admite que a vida era melhor no governo Lula.
Poderíamos estar melhor se tivéssemos um presidente mais hábil. Sim, poderíamos.
Mas, isso está no campo das ideias. A guerra e a pandemia são muito mais concretas como argumento. Bolsonaro leva vantagem nisso.
O PT acreditou que seria muito mais fácil chegar à presidência mantendo Bolsonaro no poder.
Talvez esteja arrependido a essa altura.