Ao contrário do que aconteceu com a saída de Sergio Moro (UB) da disputa presidencial, a desistência de João Doria (PSDB) não deve alterar muito o cenário entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL).
Isso porque a taxa de rejeição a Bolsonaro entre os eleitores de Doria era muito alta e a possibilidade de transferência é mínima.
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O petista ainda pode se beneficiar, mas muito pouco.
Na última pesquisa Quaest/Genial, do último dia 11 de maio, quando o nome do ex-governador de São Paulo era retirado, a maior beneficiada era, diretamente, Simone Tebet (MDB).
A empresa fez dois cenários contando apenas com Tebet, Doria, Bolsonaro e Lula, para entender a transferência de votos.
No primeiro, com Doria, Lula tinha 50%, Bolsonaro 33% e Doria 5%.
No outro cenário, Lula sobe para 51%, Bolsonaro mantém 33% e Simone vai a 4%.
É bom lembrar que essas hipóteses foram apresentadas aos eleitores sem a presença de Ciro Gomes (PDT).
Mas, significa que 80% da votação de Doria tende a ir para a candidata do MDB e 20% para Lula.
É a comprovação de uma dificuldade bolsonarista que a coluna já explicou aqui. A poupança de votos que Bolsonaro tinha era Moro. Ele não tem mais onde buscar e precisará desconstruir Lula se quiser ter chance, o que vai deixar a campanha muito pesada.