Uma opinião importante que gera curiosidade sobre o programa de governo do PT é a de Geraldo Alckmin (PSB).
Desde que vazaram as diretrizes do texto que Lula (PT) pretende apresentar com suas propostas para um terceiro mandato, ficou essa dúvida.
Porque o teor do documento é bem diverso daquilo que Alckmin defendeu a vida inteira.
Tem ficado cada vez mais comum mudar de opinião dependendo da ocasião, principalmente quando se está filiado ao PSB que já mudou o que pensa sobre o PT várias vezes.
O problema é que Alckmin é conhecido por ser muito religioso, católico fervoroso. O PT até já o acusou de fazer parte de uma “seita católica radical”. Era uma maluquice, mas tinha base na conhecida beatice do ex-governador paulista.
E o programa de governo do PT defende o aborto. Vamos lá, sei que vão questionar, então é bom colocar o texto do jeito que está lá: “O estado deve assegurar às mulheres o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos”.
A palavra aborto não é mencionada. É um jeito de dizer aos que defendem o aborto que o tema está lá, enquanto diz a Geraldo Alckmin que não está? É desonesto, é pouco claro, mas Alckmin concorda?
O PT defende "revogar o teto de gastos", aquele que dá um mínimo de moralidade à imoralidade dos gastos públicos. Alckmin era contra a revogação. Agora está de acordo?
O PT também propõe "modificar as leis trabalhistas" (sem falar em revogar o que Temer (MDB) fez) sinalizando aos aliados que sonham com a volta dos sindicatos fortes que recebiam rios de dinheiro do contribuinte. Alckmin era contra, agora será a favor?
Cita também que "não concorda com a privatização da Eletrobras". O ex-governador paulista era favorável à privatização. O vice de Lula é contrário também?
Equilíbrio onde?
É muito importante saber o que Alckmin pensa, porque a entrada dele na chapa tinha o objetivo declarado de amenizar a preocupação de quem conhece bem como funciona o PT no poder.
Alckmin estava ali para suavizar e mostrar que Lula governaria para todos se fosse eleito e não apenas para a esquerda radical que vive sob uma Síndrome de Estocolmo na relação com com o ex-presidente.
O ex-tucano que virou socialista seria um ponto de equilíbrio. Se ele está sendo ouvido e, mesmo assim, vai concordando com tudo, é melhor irem atrás de outro tucano para continuar vendendo essa conversa mole.
Ninguém vai mais confiar em Alckmin para esse papel.