Trazer a discussão nacional à campanha nos estados é uma forma de beneficiar o demérito.
Porque quando não se discute o trabalho realizado, fazer um bom trabalho se torna desnecessário.
Não importa se o PSB está no poder há 16 anos e tragédias de 12 anos atrás continuam acontecendo. Interessa mais saber se o grupo apoia Lula (PT) ou Bolsonaro (PL).
Com essa receita, tragédias seguirão acontecendo.
Será mais urgente discutir se Lula está com Marília Arraes (SD) ou com Danilo Cabral (PSB) do que entender o motivo de cinco barragens terem sido prometidas após as chuvas de 2010 na Mata Sul e somente uma ter sido finalizada.
Mas, este não é um texto para criticar o PSB, é uma oportunidade para elogiar. Porque é preciso enaltecer um partido que se mantém no poder apesar de seus gestores serem frequentemente mal avaliados. A capacidade dos socialistas para desviar do que realmente importa nas eleições é algo que merece toda a atenção e aplausos.
Difícil saber em que ano a eleição de Pernambuco foi realmente sobre Pernambuco.
E, em 2022, a tendência é que eles tenham uma ajuda vinda de parte da oposição. Interessa muito à Marília Arraes e a Anderson Ferreira (PL), mesmo eles negando, que a eleição local seja uma cópia da nacional, com torcidas de Lula e Bolsonaro se engalfinhando enquanto esquecem os problemas reais.
Se a disputa em Pernambuco for engolida pela campanha nacional, Anderson e Marília não vão reclamar. Nem o PSB, que não tem o que mostrar após 16 anos.