A coluna comentou há alguns dias que o centrão estava preparando uma armadilha para Bolsonaro (PL) com Tereza Cristina (PP) sendo indicada para vice na chapa presidencial.
A ideia era ter uma espada sobre a testa do presidente por quatro anos. Com o centrão dominando o Congresso e Bolsonaro mantendo seu habitual índice de rejeição, uma vice palatável politicamente, coisa que o general Mourão não é, é a receita para o impeachment.
Bolsonaro viveria sob constante ameaça e enterrado em chantagem no futuro. Um vice indicado pelo centrão, palatável politicamente, era suicídio. Mesmo que fosse a bem quista e elogiadíssima Tereza Cristina.
O presidente sabe disso e encerrou especulações, confirmando o general Braga Netto. Alguém em quem ele confia e que o centrão não confiaria para derrubar o presidente no futuro.
Fez de um arroubo. Sem combinar com ninguém, sem conversar com ninguém. Confirmou e pronto.
Além de seguir apostando no improviso, porque o lançamento do nome com mais planejamento teria condições de preparar o público para as “qualidades do general”, foi sem combinar com a própria base e com o centrão.
Tem gente que faz tudo certo do jeito errado.. Impressiona a habilidade que o chefe do Executivo tem para praticar isso. É como um elefante dançando numa loja de porcelana.
Resultado? O centrão agora começou a espalhar nos bastidores que “não acredita mais na reeleição” e “todos desanimaram”.
Essa é a senha para algo que já se imaginava, o centrão pode pular do barco bolsonarista até meados de julho ou início de agosto.
Há quem brinque que, muitas vezes, Bolsonaro se esforça e faz de tudo para perder a eleição. É como se fosse de propósito.