A impressão que a PEC Kamikaze passa, prestes a ser votada na tarde desta quinta-feira (7), é a de que o governo de Jair Bolsonaro (PL) já desistiu da reeleição.
O custo da proposta passa de R$ 41 bilhões. É mais do que as contas do país podem suportar. O objetivo é importante, porque as pessoas estão precisando. Aumentar benefícios é algo que vai aliviar as contas de boa parte da população, ampliá-los dará sobrevivência.
Mas, qual o preço de médio prazo?
Para entender o que vai acontecer: é como se um trabalhador, com o dinheiro contado para comprar feijão e alimentar a própria família, resolva gastar tudo em chicletes para ficar popular entre as crianças do bairro.
No dia seguinte, ele será popular, mas a família estará com fome.
É isso que faz acreditar que a equipe econômica desistiu da reeleição. Porque a bomba fiscal que está para ser aprovada será tão devastadora que somente sabendo que não terá que juntar os destroços alguém faria isso.
A crise que estamos vivendo neste exato instante foi alimentada ao longo dos anos, mas teve início em 2014, quando Dilma Rousseff (PT) desorganizou as contas para congelar preços e dar benefícios aos eleitores, tentando a reeleição.
Estamos pagando a conta até agora.
O que precisa ficar claro para a população é que receber benefícios é bom, mas o preço a ser pago no futuro será muito alto, muito duro, com desemprego e ainda mais miséria.
E a popularidade passa quando o chiclete perder o gosto.