A convenção do PDT de Pernambuco, na noite da quarta-feira (03), chamou a atenção por vários motivos, inclusive por lançar a atual vice-prefeita do Recife para deputada federal.
Muita gente não sabia da possibilidade e achou estranho, mas é algo perfeitamente normal e permitido juridicamente.
Isabella de Roldão (PDT) terá um papel fundamental na estratégia do partido para subir a votação da chapa proporcional e garantir palanque representativo para Ciro Gomes (PDT) no estado.
O que mais intrigou, porém, quem acompanhava o processo, foi a homologação da convenção ter sido marcada para o último dia possível, 15 de agosto, mesmo após o grupo decidir que vai apoiar Danilo Cabral (PSB) para o governo.
Foi como se fizesse uma oficialização para não oficializar por enquanto. É um tipo de indicativo, sem confirmação. Um casamento, sem ir ao cartório por enquanto.
Para quem perguntou abertamente, os pedetistas disseram que é algo normal e que é preciso esperar definições apenas.
Nos bastidores, entretanto, a coluna ficou sabendo que a conversa é outra.
Há uma insatisfação com as promessas que foram feitas pelo PSB e que podem não ser cumpridas.
O PSB prometeu votos para ajudar o PDT, além de MDB e Republicanos (com Augusto Coutinho), entre outros.
Mas, a conta que já era apertada, ficou mais difícil com a disputa para manter o PP na base aliada. Na negociação para convencer Eduardo da Fonte (PP), o PSB prometeu também ajudar o filho dele, Lula da Fonte (PP).
Há quem acredite que não tem voto suficiente pra todo mundo.
A conta não fecha, principalmente, porque o desempenho do candidato majoritário, até agora, está bem abaixo do esperado. “Se nem o candidato ao governo tiver votos, ele vai dividir o quê?”, explica um aliado.
A convenção do PSB, que acontece nesta sexta-feira (05), será um termômetro para entender o comprometimento de cada partido com a Frente Popular, inclusive do PSB com seus aliados.
Depois disso, ao que parece, as siglas como o PDT terão 10 dias para medir se ficam com os socialistas ou não.