Para Anderson Ferreira (PL) é importante ser e não ser nessa eleição. Ele é o candidato de Bolsonaro, garante isso, afirma isso, mas não fala em Bolsonaro o tempo todo como se estivesse em uma competição ou numa seita.
Isso é o que o faz caminhar na linha que limita a força do bolsonarismo e a rejeição do atual presidente em Pernambuco. Anderson quer sua imagem ligada a de Bolsonaro, porque ele agrega votos que podem garanti-lo em um segundo turno.
Mas, se abraçar demais o cabeça de seu palanque, pode partilhar o prejuízo da impopularidade presidencial. Saber essa medida é arte para poucos e, na sabatina da Rádio Jornal, o ex-prefeito de Jaboatão soube dançar sobre esse fio, sem cair.
É por isso que só chegou a citar Bolsonaro na última terça parte da entrevista, quando precisou responder às críticas de Miguel Coelho (UB) por se “apoiar em uma muleta” com o presidente.
Declarou, então, que “seu candidato é Bolsonaro” e falou de sua convicção nisso, listando realizações presidenciais em Pernambuco.
Jogo com o cenário
O cenário é incerto, Anderson tem chances de ir ao segundo turno, mas o mesmo Bolsonaro que o levanta agora pode ajudar a derrubá-lo na segunda parte da campanha por causa da rejeição. Se o adversário for o PSB, ele poderá fazer uma disputa de rejeições. Se for Marília, a situação é outra e a estratégia também.
Cuidadoso com futuros apoios
O ex-prefeito de Jaboatão é o que tem o discurso mais incisivo entre os postulantes, mas é também o mais cuidadoso. Ele sabe que pode precisar de Miguel Coelho (UB) e Raquel Lyra (PSDB), por exemplo, se ficar imprensado entre Danilo e Marília.