As eleições da Venezuela aconteceram em 28 de julho. Lula (PT) passou 18 dias inteiros esperando as atas das eleições que Nicolás Maduro prometeu para algumas horas e, somente agora, conseguiu dizer que "não reconhece a reeleição" de Nicolás Maduro, "ainda".
Numa entrevista a uma rádio do Paraná declarou, como se deixasse escapar quase sem querer, com dor no coração e pressionado por uma tal realidade: "Ainda não [reconheço o resultado], ele [Maduro] sabe que está devendo uma explicação para a sociedade e para o mundo".
Nova chance
O ditador venezuelano não está preocupado com a sociedade, com o mundo e muito menos com Lula. Maduro quer que o amigo presidente brasileiro lhe arranja uma solução de ilusionismo que esconda as atas, não para mostrá-las.
Lula está até tentando, aliás, verbalizou pela primeira vez a ideia de que se faça uma nova eleição no país vizinho.
A ideia de um "novo pleito" foi a estapafúrdia saída que Celso Amorim levou ao Planalto para resolver a situação por lá. Tem origem na Colômbia, onde o governo também é de esquerda atualmente.
É mais ou menos como ser roubado e dar uma nova chance para o ladrão, mesmo que ele não tenha se arrependido, mesmo que ele dê todos os indícios de que irá roubar de novo.
Ideia estapafúrdia
Alguém precisa perguntar ao Celso Amorim o que será feito caso Maduro perca outra vez e suma com os resultados de novo. Se a melhor de três não der certo, farão melhor de cinco? Ou repetem eleições até que uma dê a vitória que ele esperava. Talvez se o ditador prender duas mil pessoas, matar 25 e deixar cerca de 200 opositores feridos no hospital a cada eleição perdida, como aconteceu agora, em algum momento ele consiga vencer.
Alguém já pensou o que aconteceria no Brasil, em 2022, caso alguém aparecesse com a proposta de fazer uma nova eleição, sabe-se lá, porque a primeira foi muito apertada ou porque Bolsonaro não aceitava o resultado?
Estaria tudo bem para Lula e o intrépido Amorim?