Moro insinua seu projeto político ao afirmar que está pronto a 'ajudar o Brasil'

Ex-ministro Sergio Moro anunciou demissão do governo na última sexta-feira (24)
Cláudio Humberto
Publicado em 27/04/2020 às 8:02
Moro foi às redes sociais criticar Bolsonaro Foto: EVARISTO SA/AFP


Tiroteio só começou

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro saiu do governo para começar uma guerra contra o presidente Jair Bolsonaro, a quem pretende enfrentar nas urnas em 2022, segundo ex-auxiliares e ex-colegas de ministério.

Na sexta (24), o ex-juiz da Lava Jato prometeu novos 'rounds' ao afirmar que 'em outra ocasião' se colocará à disposição dos holofotes para contar detalhes das divergências com o seu ex-chefe e novo inimigo.
Moro vazou sem demora, ainda na sexta, gravações e mensagens de Bolsonaro. Ele sabe que vazamentos de mensagens doem muito.

Sergio Moro insinua seu projeto político ao afirmar que é caminho 'sem volta' deixar a magistratura e que está pronto a 'ajudar o Brasil'.

Elogio à ladroagem

Bolsonaro se indignou particularmente quando Moro fez um aceno ao PT citando seus governos como exemplares na relação com a PF. A dúvida é se Sérgio Moro terá fôlego para conduzir seu projeto presidencial até outubro de 2022.

Mais barulho

As demissões de ministros do governo Bolsonaro têm ganhado enorme repercussão, com exceção de Sérgio Moro, por serem incomuns. São oito saídas em 16 meses ao contrário do que ocorreu com Temer e Dilma, que demitiram nove no primeiro ano de mandato, e Lula que atingiu o mesmo número de Bolsonaro em apenas 12 meses. No geral, Dilma é imbatível com 86 demissões de 2011 a 2016. Verdadeiro recorde.

Critério

Se contar Onyx Lorenzoni, que trocou a Casa Civil pela Cidadania, Bolsonaro tem nove demissões no total. Ainda assim, é o mais paciente.

Diferença

No caso de Bolsonaro, ao contrário dos antecessores que demitiam os ministros enrolados em escândalos, as trapalhadas surgem no Planalto.

No fim das contas

Ao final de oito anos, Lula nomeou quase uma centena de ministros ou cargos com status de ministério. Apenas três ficaram do início ao fim.

Eleitorado

O ex-ministro Moro falou ao coração do eleitor de Bolsonaro ao lembrar que abriu mão de 22 anos de magistratura para 'servir ao Brasil', acreditando em Bolsonaro. E insinuou que saiu por se sentir enganado. O presidente ironizou as 'escolhas técnicas' do ex-ministro da Justiça para a Polícia Federal. 'Será que os melhores quadros da PF, todos, estavam em Curitiba?'.

MDB sendo MDB

Em março, o MDB foi às redes sociais proclamar 'ai que saudades do meu ex', referindo-se ao ex-presidente Temer. Depois fez 'pacto' com Bolsonaro, mas, diante da crise Sergio Moro, na sexta, já avisou que 'Constituição nos dá caminhos, o MDB não se omitirá'.

Frase

''Vamos convocar o Moro para falar na CPMI das Fake News', Senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da comissão, sobre o caso Vaza Moro

Motivo de troca

O presidente Bolsonaro reclamou, em seu pronunciamento, que teve de fazer o trabalho da Polícia Federal e obter provas da inocência dele e da família em relação ao assassinato da vereadora. Não contou com a PF nisso.

STF legislativo

O Supremo Tribunal Federal legislou de novo, decidindo que a multa por dano ambiental não prescreve. A ação trata de dano causado por madeireiros em terras indígenas no Acre há 40 anos, nos anos 1980 e tem 'repercussão geral'.

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