A clara provocação da Petrobras aos caminhoneiros, com o aumentaço de 8,89% no preço do diesel a partir desta quarta (29), segundo ministros com gabinete no Planalto, pode indicar que, aparelhados politicamente, setores da estatal tentam incendiar o País contra o governo. O aumento revolta os caminhoneiros, importante base de apoio de Jair Bolsonaro. A outra conclusão é de que a subordinação cega ao "mercado" leva a Petrobras a ignorar sua função social de estatal, fixada na Constituição. Os sinais de subordinação cega ao mercado deveriam ser investigados, até porque 40% dos acionistas da Petrobras são estrangeiros. Ao afirmar que avaliava "com carinho" mais aumentos dos combustíveis, o diretor da Petrobras deveria indicar os destinatários dos seus "afetos". O diretor Claudio Marcellas mostrou que é ele quem governa, tipo "aqui ninguém tasca". Tanto assim que cumpriu a ameaça de mais aumentos. Caminhoneiros se dizem na internet desapontados com o novo discurso de Bolsonaro, jogando a toalha sobre a política de lucros da Petrobras.
Fiel ao estilo de reproduzir o que ouve sem checar, Jair Bolsonaro disse que a adição de álcool anidro torna a gasolina "mais cara". Até ameaçou passar de 27% para 18%, para "reduzir" o custo da gasolina. Isso é falso. Na verdade, se a adição cair de 27% para 18%, a redução no custo e no preço final do combustível para o consumidor seria irrisória, de R$ 0,02 por litro. A ameaça confirma suspeitas de perseguição aos produtores do Nordeste, que conquistaram o direito de venda direta aos postos. Outro ataque ao Nordeste é o lobby das distribuidoras para importar etanol sem imposto para inundar a região com o produto em plena safra. A importação de etanol a imposto zero se destina apenas a prejudicar os produtores do Nordeste, que geram mais de 400 mil empregos. A importação criminosa de etanol sem impostos não faz sentido porque não há risco de desabastecimento do produto.
Caminhoneiros já sabem que Bolsonaro jogou a toalha e nada fará contra a política de preços da Petrobras. Como diria Silva e Luna, presidente da estatal, é a "tempestade perfeita" para incendiar o País.
A lógica perversa de ativistas do "mercado" é atacar iniciativas em favor de pobres, melhorando o valor do Bolsa Família ou prorrogando o auxílio emergencial. Temem que a medida favoreça Bolsonaro eleitoralmente.
Eduardo Leite disse que prefere o Executivo ao Legislativo. Disputar as prévias para ser candidato do PSDB ao Planalto é conveniente porque ele é contra reeleição e os gaúchos nunca reelegeram seu governador.
A grande notícia de ontem na CPI foi solenemente ignorada. O senador Luiz Carlos Heinze citou estudo da Universidade de Viçosa revelando que mais de 2,5 mil municípios brasileiros já não têm mortes por covid.
A pelegada, que não é muito chegada ao batente, inventou que a maioria dos infectados pegou covid no trabalho. A alegação não tem provas, mas a pelegada dos bancários cita a crença de que o percentual vai a 65%.
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado rejeitou (mais um) projeto alterando a distribuição dos bilhões do DPVAT. A ideia era fazer o seguro obrigatório bancar a reabilitação de vítimas e custear a construção de creches. Mas o lobby das seguradoras sempre se impõe.
"Trump em 2016, Bolsonaro em 2018, agora em Portugal" - Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) lista "barrigadas" recentes de pesquisas eleitorais.