A polêmica entre o Procon São Paulo e a empresa Time For Fun (responsável pela comercialização dos ingressos para o show de Madonna no Brasil) trouxe à tona uma discussão importante: que cuidados o consumidor deve ter na hora de adquirir ingressos para grandes espetáculos?
O órgão de defesa do consumidor brigou de frente com a empresa e conseguiu o cancelamento da pré-venda do show porque, segundo o Procon-SP, ela estava cobrando uma taxa de conveniência considera abusiva para o consumidor que comprasse o ingresso online ou pelo telefone. Além disso, a entidade alega que a empresa não oferece a opção do comprador pagar o ingresso com dinheiro, apenas aceita o pagamento com cartão de crédito.
A Zekts, empresa responsável pela venda dos ingressos dos dois shows de Paul McCartney no Recife, também cobrou uma taxa de quem comprou o ingresso pela pré-venda na internet. Quem adquiriu a entrada para a pista premium, por exemplo, pagou R$ 600 pelo ingresso e R$ 96 pela taxa.
O advogado especialista em direito do consumidor Francisco Penante diz que a cobrança não é ilegal, mas é extorsiva e imoral. “Cobraram aproximadamente 15% do preço do ingresso pelo pagamento de uma taxa. Isso é absurdo, porque também é cômodo para a empresa assim como é para o consumidor a venda pela internet. A empresa deve ter gastado menos pela venda na internet do que se fosse colocar postos de vendas físicos com atendentes contratadas para o serviço”, explica.
Quanto à opção por pagamento apenas pelo cartão de crédito, ele concorda com a opinião do Procon-SP e informa que a ação é discriminatória. A diretora da Proteste Associação dos Consumidores, Maria Ines Dolci, acredita que a taxa de conveniência representa uma venda casada, que é proibida por lei.
Ambos dizem que o consumidor tem que ficar com o canhoto do ingresso de qualquer espetáculo para provar que esteve no local no dia do evento para eventuais processos judiciais gerados pela prestação de um mau serviço.
O Jornal do Commercio tentou entrar em contato com a Zekts, mas não teve sucesso. O site do grupo só traz os números das centrais de atendimento ao consumidor. A reportagem ligou para os dois números e pediu o telefone de alguém da diretoria do grupo. Nenhum foi informado.
Recebemos apenas uma endereço de e-mail (grupos@zetks.com.br) que supostamente era a única forma de contato com a direção, mas o e-mail que enviamos não foi respondido.