Os direitos do consumidor, por Edilson Vieira

Consumidor

Por Edilson Vieira
TECNOLOGIA

Busca pela "casa inteligente" está maior entre o público que valoriza a personalização de imóveis

Aumento na procura por sistemas de automação de ambientes revela um novo mercado que vai além do luxo

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Edilson Vieira

Publicado em 19/11/2021 às 19:06 | Atualizado em 19/11/2021 às 19:46
Conceito de casa inteligente hoje vai além da comodidade - Divulgação

Ao entrar em casa, as luzes acendem, o ar-condicionado liga, a sua música predileta começa a tocar, enquanto a banheira enche e o café começa a ser preparado. Esta é a forma mais comum de se apresentar a automação residencial. Fortemente ligada ao conceito de luxo e conforto, há pouco tempo a automatização também está sendo utilizada para quem quer usar de forma mais racional os recursos de uma residência.  Quase tudo pode ser automatizado, desde a iluminação da piscina até programar o horário que a luz da sala deve ser acesa, ou o som ambiente acionado para não dar a impressão de que a casa está só e, com isso, despistar a atenção dos ladrões.

Segundo dados divulgados pela Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial), esse mercado teve crescimento de 11,35% entre 2014 e 2020, em todo o mundo e, no Brasil, atualmente há mais de 300 mil lares que contam com essa tecnologia.

A "casa inteligente", possível através da automação residencial, se tornou tendência no mercado imobiliário. O termo ajuda a desmistificar a ideia de que a automação residencial é algo até supérfluo. "Na verdade, o conceito que melhor define a automação hoje em dia é ter tudo integrado, para poder usufruir do seu ambiente, quer seja residência, escritório ou comércio, de uma forma mais inteligente". afirma a arquiteta especialista em ambientação, Gabi Pontual.

Todos os comando funcionais de uma casa podem ser agregados a um único aparelho, seja celular ou tablet. Ou ainda, funcionar por comando de voz associada a uma assistente virtual, como a Alexa. "Vai desde ligar a iluminação de casa para criar um cenário, até ligar a banheira, escolhendo a temperatura da água, antes de chegar em casa. A automação pode chegar a esse nível de personalização", diz Gabi Pontual.

Arquiteta Gabi Pontual diz que automação permite uso integrado dos ambientes de uma forma mais inteligente - Arquivo pessoal/cortesia

PREÇOS

A arquiteta confirma que a procura por projetos de automação vêm crescendo, segundo ela, porque as pessoas estão descobrindo a utilidade além da comodidade. "Um sistema de automação pode ser definido para oferecer mais segurança, ou até mais economia de energia", diz  a arquiteta. Pode-se optar por sistemas que avisem de riscos de incêndio, vazamento de gás, ou mesmo se as janelas foram esquecidas abertas.

Em relação a custos, apesar de hoje ser possível encontrar sistemas de automação bastante simplificados, o nível de recursos e sofisticação é o que vão determinar a eficiência do projeto. Um sistema composto por controle remoto e dimmer simples, que pode automatizar um conjunto de lâmpadas, é encontrado no mercado por cerca de R$ 1.500. É possível ter um sistema de acesso por biometria (em que a impressão digital substitui as chaves nas portas de entrada) também a partir de R$ 1.500, ou um sistema básico para ar-condicionado e de som por R$ 1.800.

"Os equipamentos mais sofisticados são importados e, por isso, cotados em dólar, o que acaba colaborando para encarecer projetos mais elaborados", diz a arquiteta. Para Gabi Pontual, algo que também pesa nos custos é o nível de automação que se quer. "Para uma automação mais profunda, com mais equipamentos envolvidos, o ideal é que o projeto seja desenvolvido junto com a planta do imóvel, ou seja, com o imóvel ainda em construção. Claro que é possível automatizar um ambiente já pronto, embora seja um pouco mais trabalhoso", esclarece a arquiteta.

PÚBLICO

Para o empresário Rafael Toscano, da Zafiro, empresa do Recife especializada em automação residencial, o perfil do consumidor que procura transformar a residência em uma casa inteligente são pessoas de classe média, por volta dos 50 anos. "Os mais jovens geralmente buscam uma automação mais simplificada, algo que envolva apenas, luz e som, por exemplo", diz Toscano.

O empresário revela que existem cerca de 38 mil acessórios diferentes para uso em sistemas de automação. O custo, apesar de estar mais acessível, fica em torno de R$ 15 mil para algo básico, mas chega facilmente aos R$ 50mil/R$ 60 mil, ou mais, dependendo do número de ambientes a serem automatizados e o nível dos equipamentos envolvidos. "Tudo começa com um bom projeto que leve em conta as necessidades do cliente. Algo muito simples pode não trazer o resultado esperado, assim como um projeto fora da realidade que envolva muitas reformas no ambiente", orientou Toscano.

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