Faltando apenas três dias para o encerramento do plantão de vendas de milho no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), a procura pelo cereal vêm crescendo. Até às 18h do dia 24, dia consagrado a São João, o Pátio do Milho vai continuar funcionando 24 horas por dia, para atender ao público. Este ano o pátio foi ampliado em mais 2 mil metros para receber melhor produtores e comerciantes.
Segundo o presidente da Ceasa, Gustavo Melo, cerca de 450 produtores e comerciantes estão operando no local.
O Ceasa vem registrando um volume de vendas muito semelhante ao do ano passado, mas a expectativa é que o movimento cresça em torno de 8%, chegando a 13 milhões de espigas. O fluxo de pessoas está entre 70 e 80 mil clientes por dia. Está sendo comercializado milho produzido em municípios de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba.
"Confirmando nossa expectativa a procura vem aumentando a cada dia, e a tendência é acelerar na quarta-feira (22) e principalmente na quinta-feira (23)". Gustavo Melo afirmou que o movimento na parte da tarde e da noite também vem crescendo, principalmente por parte dos varejistas. "São geralmente donos de mercadinhos e padarias, fazendo com que o movimento no Pátio do Milho esteja sempre perene", afirmou.
Gustavo Melo descartou a possibilidade de falta do produto com a proximidade da data. "Tem milho suficiente. Este ano o milho está em boa quantidade e com a qualidade muito boa, já que tivemos chuva em área de plantio na época certa, em março, sem falar no milho irrigado. Então não tem risco de falar milho para a população", tranquilizou Gustavo Melo.
Este ano o milho subiu de preço. No ano passado, a mão de milho (50 espigas) estava custando em média de R$ 25 a R$ 35. A mão de milho está sendo comercializada entre R$ 30 até R$ 45, dependendo da qualidade.
O presidente do Ceasa lembra que em 2021, o milho foi vendido praticamente pelo mesmo preço de 2020. "Esse ano seria impossível manter o preço dos dois anos anteriores porque o custo de produção aumentou. A semente ficou mais cara e teve ainda um aumento muito grande do diesel, encarecendo o frete, e esse custo foi rebater no consumidor", explicou Gustavo Melo.
Ele lembra que o produtor rural passa o ano inteiro esperando essa renda, por isso, há o viés social na comercialização do produto. "Nada mais justo que o produtor ganhe o dinheirinho dele também", resume. No ano passado, por conta das chuvas ocorridas no dia 23, houve uma redução de até 50% no preço do milho no dia 24 de junho. Este ano pode não haver um desconto tão generoso, mas tradicionalmente é no último dia de vendas que os produtores fazem promoções para não sobrar nenhum estoque.