Filhos, desenvolvimento, rotina, desafios e, mesmo se você não está nessa, vale a leitura e reflexão! Aqui, vai ver algo mais que pode ser bom para o futuro, quando passar por isso, ou se já passou, ótimo para orientar seus filhos em relação aos seus netos, ou algum amigo que vive essa fase.
Cuidar da saúde tem cada vez mais um sentido amplo, saúde do corpo, saúde mental e, claro, também a saúde financeira. Essa, por sua vez, não tem uma base sólida e isso é o que pesa para o desenvolvimento. A partir daí, é necessário perceber que o envolvimento e a participação ativa, o papel, a responsabilidade dos pais nesse sentido é fundamental, e destaco aqui alguns pontos que são relevantes para que se procure criar filhos financeiramente saudáveis:
- Ensine a não desperdiçar dinheiro e entender se um produto é caro ou barato: o desperdício é prejudicial, e muitas vezes ele não é feito no dinheiro propriamente dito, mas através da compra de itens em excesso, que terminam estragando. Alimentos, por exemplo, roupas que não são usadas ou brinquedos de forma exagerada. Entender a relação entre o caro e o barato é também relevante para essa formação.
- Diferencie bem os desejos das necessidades: o querer e o precisar devem ser bem diferenciados. Perceber com clareza a diferença entre o que eu quero/desejo e o que eu preciso/necessito ajuda a construir uma base sólida para as escolhas que serão feitas ao longo da vida.
- Deixe a criança gerir a própria mesada e aprender com os erros e acertos: a liberdade das escolhas, o uso do dinheiro e a sensação de independência abre espaço para os caminhos do dia a dia, para os erros e para os acertos, claro, de forma dosada, acompanhada, mas não um domínio com rédeas curtas por parte dos pais. O instrumento da mesada, quinzenada ou semanada, quando bem aplicado, pode funcionar de uma forma bastante educativa.
- Aos poucos, inclua seu filho na definição das prioridades do orçamento doméstico: se você parar pra pensar, muito daquilo que envolve a rotina e define as despesas da casa tem relação com os filhos: o tamanho da casa, transporte, local das férias, despesas com escola e educação, rotinas de lazer. Como tal, nada mais justo do que envolver seu filho nessa dinâmica, a fim de que ele perceba melhor como tem um papel importante na sua família, que os demais membros também são importantes e que vale definir os detalhes juntos. E isso pode começar pouco a pouco, e ampliar de acordo com a evolução das coisas. O processo de escolha, das definições, também o envolverá na percepção desta rotina, da programação, da necessidade de planejamento e orçamento.
- Estimule o hábito de poupar: isso pode ser de forma gradativa, a importância de poupar, de guardar dinheiro para realizar determinados objetivos e de perceber, aos poucos, o pouco vira muito e possibilita conquistar algo que antes não se imaginava ser possível. Mostrar isso através de metáforas, incluir na rotina bons jogos que ilustram essa possibilidade, ler alguns livros que trazem também essa realidade de forma lúdica ajuda a construir essa base sólida.
Perceba, então, que a participação dos responsáveis é essencial, claro, ótimo se na escola tiver a disciplina de Educação Financeira, ou se de alguma forma o assunto estiver sendo explorado, ajuda bastante na construção. Entender que o exemplo arrasta não é clichê, e que o tal do "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" não funciona, absolutamente!
Então, caso necessário, cuide também da sua saúde financeira, para que você esteja apto a cuidar dos "pequenos" nesse sentido, lembre-se da frase famosa antes de cada voo, que nos reforça que, antes de tudo, "você deve colocar a máscara primeiro em você."
Abraço e até a próxima!