Era sexta-feira, fim da tarde, no mês de julho recente, tempo nublado e eu estava feliz porque ia encontrar Rafael, grande amigo dos tempos de faculdade, e esse tipo de encontro é sempre bom, muitas lembranças, risadas e claro, conversas sobre os dias que passaram e também sobre os desafios atuais.
Rafael estava bastante empolgado, entusiasmado mesmo, na conversa se mostrava um paizão, esposo atencioso, um cara dedicado ao trabalho, e procurando levar uma vida saudável.
Era bacana ver isso tudo! Aos poucos, naturalmente, a conversa fluiu ainda mais, tomando o rumo das finanças, cartão de crédito, planejamento de viagens, objetivos de longo prazo, também para o campo dos investimentos, e a dificuldade que a maioria das pessoas tem em poupar, e esse ponto reforcei com ele, pois de fato, mais de metade dos brasileiros gasta mais do que ganha, e ainda mais brasileiros não poupam.
Conversa vai, conversa vem, lembrei de uma história que em outro encontro nosso, por volta de 2013, Rafael tinha me confessado que, com o objetivo de poupar, todo mês, logo que recebia o salário, passava um cheque para ele mesmo, o que era no mínimo curioso, e logo veio a explicação: "Sim, todo mês meu amigo, logo que o dinheiro cai na minha conta eu passo um cheque de "X" reais para mim mesmo"
Intrigante e criativo eu diria!
Rafael passava o cheque para ele mesmo, da conta, do banco que recebia o salário, para a conta de outro banco, que na época ele costumava investir, e não fazia isso através de um TED, porque teria custo (naquela época não existia o PIX), e passando um cheque para ele mesmo, além de não pagar a transferência, ele me confessou que ao assinar aquele cheque, a sensação que tinha era única, pois além de não ser apenas um pagador de contas, tinha a alegria de ver a cada mês o seu plano de economia e investimentos se concretizar, pois naquele momento era como se ele tivesse SE PAGANDO, de forma que conseguia com o seu salário, pagar suas despesas fixas, variáveis e ainda se pagar, poupando e investindo de olho no futuro.
Voltando ao encontro recente com Rafa, fiz a pergunta que não queria calar:
- Rafa, e o cheque meu amigo, caiu em desuso, não é? Você continua passando um cheque para si mesmo todo mês?
Rindo ele respondeu:
- Ah meu amigo, a história do cheque... (mais risos) não, não, já não passo mais um cheque para mim mesmo a cada mês. Os tempos mudaram né...
Interrompi tentando confortá-lo de alguma maneira:
- É verdade meu amigo, entendo, filhos, escola, outra realidade e mais despesas, esse momento de inflação termina inviabilizando alguns planos, entendo...
Novamente ele riu, e disse:
- Os tempos mudaram, os filhos vieram e a inflação pegando pesado, mas não é disso que estou falando. Mas que realmente, o cheque caiu em desuso, mas não parei de poupar e de me pagar, apenas mudei o método, há alguns anos abri uma conta num banco digital, e todo ano, em janeiro, emito 12 boletos com o vencimento para o dia 05, de cada mês, entre janeiro e dezembro, e aquele é o boleto que pago para o Rafa do futuro, sigo firme, mais moderno e avançando sempre com o meu plano e a minha construção.
Na hora não tive dúvidas, abri um sorriso largo e bati palmas!!!
Reforcei que é bem isso mesmo, para poupar é necessário ter disciplina, e no geral, uma boa dose de criatividade costuma ajudar bastante também.
E você, o que tem feito para o seu futuro? Como tem se organizado para SE PAGAR PRIMEIRO, e poupar pensando no longo prazo? Não deixe isso para depois, para amanhã, pois enquanto houver amanhã...
O desafio está com você então!!!
Até a próxima!