A família de um estudante de 14 anos denuncia que ele foi algemado e agredido por um professor dentro da Escola Estadual Joaquim Amazonas, que fica no Centro de Camaragibe, no Grande Recife. O caso teria ocorrido terça-feira (14) da semana passada. Nesta segunda-feira (20), um grupo de alunos, colegas do adolescente, fez um pequeno protesto em frente à unidade de ensino para exigir que haja investigação do caso e que o docente, que também é policial civil, seja punido.
Segundo o pai do estudante, a confusão começou porque a vice-diretora teria acusado o aluno, matriculado no 8º ano do ensino fundamental, de roubar a caneta de um colega. Revoltado com a acusação, o estudante xingou a vice-diretora. Ela então chamou esse professor que é policial para ir até a escola. Ainda conforme o pai, os outros estudantes foram liberados por isso não presenciaram a agressão.
"Esse professor chegou e levou meu filho para uma sala. Colocou o dedo no rosto dele, chamou-o de cabra safado, empurrou-o e chutou. Ainda algemou meu filho. Tudo isso foi observado por dois outros professores. Uma delas, inclusive, pediu que parasse de bater no meu filho", relata o pai do rapaz. O estudante ficou com marcas nos braços. A mãe dele foi chamada para buscá-lo e questionou a conduta da escola.
A família registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Camaragibe. Depois o garoto passou por exame de corpo delito no Instituto de Medicina Legal. Os pais também acionaram o Conselho Tutelar de Camaragibe. E protocolaram denúncia na Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), uma vez que o professor também é policial civil, e na Secretaria de Educação de Pernambuco.
A escola tem 876 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e turmas de Educação de Jovens e Adultos, nos três turnos.
"Como mãe fiquei desesperada. Como pode acontecer isso dentro de uma escola? Precisam esclarecer o que aconteceu. Se meu filho estava nervoso e agrediu verbalmente a vice-diretora, me chamassem e não um professor. Por que não acionaram o Conselho Tutelar ou a Patrulha Escolar? Queremos a verdade e que quem fez isso não fique impune", afirma a mãe do adolescente. Ela diz que tentou conversar com o professor pelo telefone e que foi ameaçada por ele.
Durante o protesto nesta segunda-feira, uma outra aluna contou que em outro momento o mesmo professor já teria ameaçado estudantes com uma arma. Mães dos alunos estão assustadas com a situação na Escola Joaquim Amazonas. A família do adolescente que teria sido agredido pediu transferência dele.
REUNIÃO
Por meio de nota, a Secretaria de Educação de Pernambuco informou que tomou conhecimento do ocorrido na Escola Joaquim Amazonas. "Diante do caso, a gestão da escola registrou boletim de ocorrência na delegacia da região para prestar esclarecimentos sobre o fato", explica a pasta.
Uma reunião será convocada, até a próxima quinta-feira (23), entre a direção da escola e os responsáveis pelo estudante para conversar sobre o ocorrido. A secretaria diz que "repudia todo e qualquer tipo de agressão e reitera que a escola realiza ações e projetos de prevenção e conflitos, enfrentamento à violência, bom relacionamento, respeito e paz".