PRECATÓRIOS DO FUNDEF 2022: Entenda como foi feito o cálculo individual do abono
Em Pernambuco, serão contemplados cerca de 52 mil profissionais da educação. Dinheiro já foi depositado pela União, mas a transferência depende de autorização do STF
Entre os trabalhadores da rede estadual de Educação de Pernambuco, é grande a expectativa para receber o abono referente ao dinheiro dos precatórios do Fundef. Para este ano, o governo estadual ganhará da União R$ 1,7 bilhão, que representa 40% do total da dívida da União com Pernambuco.
Segundo a lei estadual que definiu a divisão dos recursos dos precatórios, desse total, 60% serão distribuídos entre os profissionais da educação. Significa, portanto, que neste ano de 2022 o pagamento do abono será realizado com R$ 1 bilhão e 55 milhões.
Quem trabalhou na rede estadual entre 1997 e 2006 - período de vigência do Fundef - terá direito a receber o abono. As Secretarias Estaduais de Educação e de Administração montaram um site para que os contemplados consultem individualmente quanto vão ganhar.
- PRECATÓRIOS DO FUNDEF 2022 EM PERNAMBUCO: O que fazer se o profissional discordar do valor do abono?
- PRECATÓRIOS DO FUNDEF 2022 EM PERNAMBUCO: Professores da rede municipal de Jaboatão também receberão abono
- PRECATÓRIOS DO FUNDEF 2022: Recife e Olinda ainda tentam na Justiça receber recursos da União
No total serão beneficiados cerca de 52 mil profissionais da educação, dos quais 35 mil ainda têm vínculo com o governo (entre ativos e aposentados) e 17 mil que trabalharam entre 1997 e 2006, mas não possuem mais ligação com o governo.
PAGAMENTO DO ABONO DO FUNDEF EM PERNAMBUCO
O presidente do STF, ministro Luiz Fux, autorizou que o dinheiro do precatório do Fundef que o governo de Pernambuco tem direito seja transferido para a conta criada pelo Estado.
O passo seguinte, agora, é sair um ofício do STF para a Caixa Econômica Federal. Quando a Caixa receber, deverá cumprir a ordem de passagem do recurso da conta judicial para a conta específica do governo de Pernambuco, conforme explica a procuradora-geral adjunta do Estado, Giovana Ferreira.
"Não há prazo para o STF expedir o ofício, mas já estamos no nosso plantão lá para buscar essa expedição", afirma a procuradora.
Uma vez na conta de Pernambuco, a previsão é depositar o dinheiro nas contas dos trabalhadores em até 48h.
COMO FOI FEITO O CÁLCULO DO ABONO DO FUNDEF
Uma das principais dúvidas dos servidores da educação é como o governo estadual fez o cálculo para saber o valor individual que cada profissional receberá.
Segundo o secretário Executivo de Administração e Finanças da Secretaria da Educação de Pernambuco, Alamartine Carvalho, foi observado individualmente a quantidade de meses trabalhada entre 1997 e 2006, independentemente do número de dias no mês.
Por exemplo: dois professores começaram a trabalhar em maio de 2000. Um no dia 10 e outro no dia 25. Para o cálculo deles não haverá diferença, será contado um mês de atividade, embora o primeiro tenha trabalhado por mais dias.
VALOR POR CONTRATO
Outra conta que o governo fez foi identificar o valor do mês de trabalho para os dois contratos existentes na rede estadual de Pernambuco: 150 horas e 200 horas. Como se trata de uma divisão proporcional, para fins de exemplo, o valor individual estimado por carga horária é em média de R$ 231 para cada mês de quem tem contrato de 150 horas e R$ 316 para os de 200 horas.
"Em linhas gerais e de forma mais didática, dividimos o total do recurso (R$ 1 bilhão e 55 milhões) pelo número total de horas trabalhadas pelos 52 mil servidores. Assim chegamos ao valor de cada hora-aula. Em seguida, multiplicamos por 150 ou 200. Sendo possível então identificar um valor aproximado e proporcional às horas trabalhadas, isto é, R$ 231 e R$ 316", explica Alamartine.
- PRECATÓRIOS DO FUNDEF 2022 EM PERNAMBUCO: abono pode chegar a R$ 73 mil por professor
- PRECATÓRIOS DO FUNDEF 2022 EM PERNAMBUCO: repasse do dinheiro para o Estado só depende agora do presidente do STF
- PRECATÓRIOS DO FUNDEF 2022 EM PERNAMBUCO: Como herdeiros podem receber abono dos profissionais que já morreram?
Ele ressalta que não faz diferença se o profissional tinha vínculo efetivo ou temporário. Tampouco se estava ministrando aula ou em cargo de coordenação ou direção.
Portanto, para saber qual o valor do abono que terá direito o profissional pode considerar inicialmente a multiplicação entre o número de meses trabalhado por R$ 231, se o vínculo era de 150 horas, ou por R$ 316 se foi de 200 horas.
Alamartine destaca ainda que o valor que aparece no sistema é aproximado. Este cálculo chega a valores aproximados já que, para chegar ao valor final, são utilizados algumas médias específicas utilizadas pelo governo.
Por isso pode haver pequenas diferenças entre o valor da conta feita pelo profissional e o que aparece no sistema de consulta.