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Enem e Educação

Por Mirella Araújo e equipe
Cortes orçamentários

BLOQUEIO DE VERBAS NA EDUCAÇÃO impõe 'severa asfixia' e afeta 200 mil bolsistas, diz Capes

Em nota, a Capes diz ter sido surpreendida com a edição de um decreto que "zerou por completo a autorização para desembolsos financeiros durante o mês de dezembro"

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JC

Publicado em 06/12/2022 às 22:56
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Com informações do Estadão Conteúdo
 
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), declarou na noite desta terça-feira, 6, que os cortes orçamentários promovidos pelo governo federal impõem "severa asfixia" ao órgão, que vê comprometido o pagamento de mais de 200 mil bolsas a pesquisadores.
 
Em nota divulgada à imprensa, a Capes detalha os efeitos de dois contingenciamentos impostos pelo Ministério da Economia. O órgão diz ter sido surpreendido com a edição de um decreto que "zerou por completo a autorização para desembolsos financeiros durante o mês de dezembro".
 
"Isso retirou da Capes a capacidade de desembolso de todo e qualquer valor - ainda que previamente empenhado - o que a impedirá de honrar os compromissos por ela assumidos, desde a manutenção administrativa da entidade até o pagamento das mais de 200 mil bolsas, cujo depósito deveria ocorrer até amanhã, dia 7 de dezembro", informou a coordenação federal.
 
A Capes diz ter cobrado das autoridades a "imediata desobstrução dos recursos financeiros essenciais", "sem o que a entidade e seus bolsistas já começam a sofrer severa asfixia". "As providências solicitadas se impõem não apenas para assegurar a regularidade do funcionamento institucional da Capes, mas, principalmente, para conferir tratamento digno à ciência e a seus pesquisadores", acrescentou.
 
 
O cenário foi antecipado pelo Estadão em reportagem publicada nesta segunda-feira, 5. O MEC já havia informado sobre os efeitos dos bloqueios à equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. "Nossa maior preocupação é não ter como pagar os serviços já executados para o MEC, para as universidades, para o Inep", disse nesta segunda-feira Henrique Paim, coordenador da equipe de educação de transição, ex-ministro e atual professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).
 
O Ministério da Economia divulgou nota nesta segunda dizendo que "verificou-se um incremento atípico e acima do esperado das despesas obrigatórias com benefícios previdenciários" em 2022, o que pressionou o teto de gastos.
 
Assim, o ministério diz que "foi obrigado a promover um bloqueio adicional nos limites orçamentários e financeiros de todos os ministérios". "Despesas importantes que seriam realizadas neste ano ou no começo de 2023 não poderão mais ser empenhadas e praticamente todas as despesas discricionárias que seriam pagas em dezembro estão suspensas", apontou.
 

Pernambuco

 
Conforme informações publicadas pela coluna Enem e Educação, apenas a a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) teve R$ 31 milhões bloqueados pelo governo federal na semana passada. Devido ao corte, a instituição não tem recursos sequer para quitar as contas até o final do ano. Cerca de 6 mil alunos não receberão suas bolsas no Estado.
 

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