PISO DOS PROFESSORES: líder do governo Raquel Lyra diz que PERNAMBUCO terá outra proposta de AUMENTO para TODOS OS PROFESSORES

Apesar da governadora enviar projeto com reajuste do piso salarial, deputado Isaías Régis diz que novas discussões na Alepe irão abarcar todos os professores
Lucas Moraes
Publicado em 18/05/2023 às 11:13
Professores de Pernambuco ainda esperam aplicação do reajuste do piso salarial da categoria em 2023 Foto: BETO DLC / JC IMAGEM


O líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe),  deputado Isaías Régis (PSDB), disse que a Alepe poderá votar, além do texto de reajuste do piso dos professores já enviado pela governadora Raquel Lyra (PSDB) à Casa, uma nova proposta que abarque os mais de 52 mil profissionais da educação que, segundo o Sintepe, não terão os salários reajustados. Nessa quarta-feira (17), a governadora pediu urgência dos deputados na apreciação da proposta que contempla apenas professores graduados em licenciatura e o antigo magistério com aumento de 14,95% nos rendimentos. 

Leia nesta matéria

  • Qual proposta de aumento para todos os professores de Pernambuco
  • Quanto vai ser pago por Raquel Lyra aos professores de Pernambuco
  • Tramitação do reajuste do piso dos professores na Alepe

Qual proposta de aumento para todos os professores de Pernambuco

De acordo com Isaías Régis, a ideia é de que a proposta que já trâmita na Alepe seja aprovado sem mudanças no texto, possibilitando que os professores contemplados já possam ser pagos com o reajuste a partir do mês de junho. 

"O comentário boca a boca é de que vai ser como a governadora mandou. Precisa discutir depois, além do piso, o complemento de quem não ganha na base do piso. Vamos discutir a partir da próxima segunda-feira (22) e vamos fazer audiência pública. Mas a ideia é de que em seguida haja a discussão da proposta de complementação ou bonificação para quem ganha além do piso", esclarece o parlamentar.

De acordo com Isaías Régis, o que está mais fora do radar é a aplicação linear do reajuste, como pede a categoria. "Linear não tem quem suporte. Tem muitas prefeituras que já não conseguiram.  Foram 34% de aumento ano passado, agora são 15%, chegamos a quase 40% de aumento em dois anos", explica. 

O Recife foi uma das cidades que não pagou o reajuste do piso salarial com rebatimento em todas as faixas salariais da categoria. Os 14,95% foram pagos às mesmas categorias que estão sendo contempladas pelo proposta do governo do Estado, com a diferença de que para as demais, percentuais menores foram incorporados, além de um pagamento único de bonificação. 

Quanto vai ser pago por Raquel Lyra aos professores de Pernambuco

A proposta de Raquel Lyra prevê reajuste de 14,95%, elevando o piso salarial dos professores que trablham 200 horas ao mês para o valor de R$ 4.420,55 (era R$ R$ 3.845,63). No entanto, o aumento só engloba os profissionais com menores remunerações, que possuem apenas a graduação (formação em licenciatura) ou o antigo magistério, incluindo aposentados e pensionistas.

No caso dos professores que se enquadram nas categorias citadas e trabalham 150 horas ao mês, o piso será de R$ 3.315,41.

"A governadora enviou um projeto de lei que rasga o nosso plano de cargos e carreiras, porque exclui mais de 52 mil trabalhores em educação. Além disso, também desqualifica a nossa formação profissional, porque passará a ter o mesmo salário quem tem ensino médio, magistério, fez graduação na universidade, especialização ou mestrado; e também acaba com o nosso tempo de serviço: o (profissional da educação) que tem um mês e (aquele que) tem 19 anos (de tarabalho) passarão a ganhar o mesmo salário", diz a presidente do Sintepe, Ivete Caettano. 

O sindicato já apresentou à Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de Pernambuco e à liderança da oposição planilhas com dados do orçamento que, conforme a categoria, demonstram a capacidade financeira do Estado de ampliar a aplicação do reajuste para mais professores. 

Tramitação do reajuste do piso dos professores na Alepe

De acordo com o presidente da Comissão de Educação e Cultura da Alepe, deputado Waldemar Borges (PSB), apesar do pedido de urgência da governadora, para que a proposta avance mais rapidamente na Casa e, caso aprovada, já seja incorporada na folha de pagamento dos professores ainda deste mês de maio, a sinalização de parte dos parlamentares é de que o texto precisará de ajustes. 

"Chamamos audiência pública conjunta das comissões (Educação, Justiça, Finanças e Administração) para começar a analisar o projeto na próxima segunda-feira (22). O problema é que tem prazo que o governo coloca, para dar tempo do reajuste entrar na folha ainda de maio. Mas o sindicato já disse achar mais importante discutir o reajuste e melhorar a proposta antes mesmo de pensar na questão do prazo. Então acho que a discussão vai por esse apsecto", conta.

O líder do governo na Alepe, deputado Isaías Régis (PSDB), diz que, apesar do projeto ter chegado à Casa há pouco tempo, a ideia é de que se aprove a proposta integralmente e no prazo sugerido pela governadora. 

"O comentário boca a boca é de que vai ser como a governadora mandou. Precisa discutir depois, além do piso, o complemento de quem não ganha na base do piso", esclarece. 

Ainda segundo o Sintepe, se aprovado da maneira que foi enviado à Alepe, o projeto só contemplará 6.281 mil professores efetivos e CTDs (temporários).

O governo tem justificado que a proposição assegura "o cumprimento, pelo Estado de Pernambuco, no que diz respeito ao valor do piso salarial profissional nacional do magistério público estadual" e garante o reajuste, nos moldes propostos, a ser pago com recursos próprios. 

Entrando na folha de pagamento deste mês de maio (paga em junho), o reajuste será pago de forma retroativa a janeiro de 2023, sendo no mês de junho pago os valores referentes ao mês de janeiro de 2023; em julho, valores retroativos a fevereiro e março de 2023; e, em agosto, valores retroativos referentes aos meses de abril e maio deste ano. 

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