Apesar da convocação de 2 mil profissionais aprovados no concurso para professor realizado pelo governo de Pernambuco em 2022, a gestão Raquel Lyra (PSDB) ainda não apresenta nenhuma previsão para convocação de outros 7 mil professores que passaram no certame e compõem o Cadastro de Reserva. Mesmo com a nomeação de professores, o Estado ainda tem déficit de profissionais. A demanda total e as localidades com maior necessidade, no entanto, seguem sendo um mistério; já que o governo não divulga o resultado de um censo da educação feito este ano.
Os professores aprovados vêm cobrando da gestão estadual a convocação ou divulgação de um cronograma para que sejam efetivadas as vagas que foram abertas para Cadastro de Reserva.
O Cadastro de Reserva é formado por candidatos aprovados em todas as etapas do concurso público, mas fora do número previsto de vagas efetivas.
Os aprovados no certame queixam-se de que o Estado mantém vigentes cerca de 20 mil contratos temporários, quando poderia efetivar os aprovados no concurso para desempenharem as mesmas funções.
Desde o mês de junho, o Estado passou a ter mais 608 professores de Língua Portuguesa. Além de outros 478 profissionais para o ensino de Matemática; 344 profissionais para Biologia; 316 para História,;220 para Geografia; 218 para Educação Física; 210 para Química; 122 para Língua Inglesa;177 para Física, 77 para Filosofia; 59 para Artes; 41 para Língua Espanhola e 38 para Sociologia.
Com essas contratações, o reflexo na folha de pessoal do Estado de Pernambuco foi de aproximadamente R$ 210 milhões por ano, levando-se em conta o reajuste do piso salarial.
Estima-se que o déficit de professores ronde os 15 mil em todo o Estado. O dado exato, no entanto, não é divulgado pelo governo, mesmo após realização de um censo escolar, às pressas, para definir a alocação dos professores nomeados no último concurso público.
O sindicato dos profissionais da Educação do Estado, Sintepe, esteve esta semana no Ministério Público de Pernambuco, tratando das denúncias apresentadas sobre pagamento dos precatórios do Fundef, defasagem do plano de carreira e a necessidade de convocação dos concursados.
"Não de hoje o Sintepe cobra o fortalecimento da educação com a realização de concursos públicos, inclusive em audiências e inquéritos passados perante o próprio Ministério Público”, disse a presidente Ivete Caetano. O sindicato apresentou as demandas ao promotor Salomao Abdo Aziz Ismail Filho, da Promotoria de Justiça de Defesa da Educação, na última quinta-feira (3).
A reportagem deste Jornal do Commercio procurou a Secretaria de Educação e Esportes do Estado para saber sobre novas convocações do concurso público já realizado, além da previsão de divulgação dos resultados do censo escolar feito no início deste ano, mas não obteve nenhuma resposta.