A edição itinerante da Jornada Bett Nordeste, realizada no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, foi encerrada nesta quinta-feira (28). Durante os dois dias de eventos, o painéis promoveram reflexões diálogos e apontamentos sobre os caminhos para o futuro da Educação Básica no país.
"O Nordeste é uma região que indiscutivelmente colabora para a estrada do conhecimento tão fundamental em um mundo de rápidas transformações. E na educação não é diferente. Por isso, o tema o foco na Educação Básica e os demais debatidos nesta Jornada foram especialmente pensados. Para colocar o diálogo e as práticas nos palcos contamos com diversos especialistas e educadores e com empresas que trouxeram serviços e soluções, favorecendo a transformação que precisamos dentro e fora das escolas”, disse Adriana Martinelli, Diretora de Conteúdo da Bett Brasil.
O evento recebeu mais de 30 palestrantes convidados entre autoridades, especialistas e educadores, que participaram de painéis divididos em dois palcos simultâneos.
O Novo Ensino Médio foi um dos assuntos de destaque no segundo dia da Jornada Bett Nordeste com o painel sobre “Desafios e Perspectivas da Implementação do Novo Ensino Médio”, que contou com a participação do secretário de Educação do Estado do Mato Grosso do Sul, Hélio Daher, e do professor da Secretaria de Educação do Estado do Pará, Rafael Herdy. A moderação da conversa foi da jornalista especializada em educação, Margarida Azevedo.
“Foi interessante apontar no painel o Novo Ensino Médio sob a ótica de quem está na Secretaria de Educação e meu olhar como professor. Porque percebemos onde estão as falhas. O aluno como protagonista, os itinerários escolhidos por eles e outras questões não chegaram de verdade ao aluno. Existe um elo entre o chão da escola e as políticas públicas, mas que ainda está muito distante e a gente precisa aproximá-lo. A escuta sobre o Novo Ensino Médio não ocorreu de forma satisfatória porque também é desafiador para o professor receber e implementar essas mudanças, corrigir e fazer a transformação que é necessária", afirmou o secretário Hélio Daher.
Para Rafael Herdy, uma das questões centrais sobre o tema é o investimento. “A implementação do Novo Ensino Médio contempla a forma como os Estados veem a alteração proposta pelo MEC, a visão de futuro e, essencialmente, qual é o olhar que a educação brasileira deveria ter para esse Novo Ensino Médio. Para isso tudo, requer investimento para que seja realmente viável”.
TRANSFORMAÇÕES
Com a proposta de diálogos sobre as transformações dentro do contexto da Educação Básica, a Jornada Bett Nordeste colocou no palco o debate “Educação Inclusiva: Construindo uma escola para todos, Sem Exceção”, com Jaíne Hellen Machnicki, educadora e palestrante autista e advogada e diretora jurídica do Grupo Super Cérebro, e Irene Reis, fundadora e Presidente da Comunidade Reinventando a Educação. A mediação foi da jornalista Adriana Amâncio, especializada na cobertura sobre educação e primeira infância.
“Falar de diversidade significa colocar em pauta não só o autismo, mas todas as pessoas (e estudantes) com deficiência, e como construir uma escola para todos, para além da educação. Como falar de etnias, raízes, por exemplo, para reeducar a comunidade, a sociedade e também preparar os professores para que acolham todas as diversidades”, disse Machnicki, que também participou do painel “Como podemos transformar a diversidade em uma alavanca para a inclusão e garantir que todas as pessoas sejam valorizadas e incluídas?”, ao lado de Fabio Lidio, vice-diretor de Ensino e diretor de Educação Inclusiva da Intellectus Educação, e Adriana Martinelli, diretora de Conteúdo da Bett Brasil.
Sobre transformação na prática pedagógica da escola, o painel “Quais atitudes os gestores e professores devem tomar para promover uma verdadeira transformação na prática pedagógica da escola?” trouxe Flávia Dal Bello, coordenadora Pedagógica, e Eukennya de Araújo Barbosa, professora da ETEPAM/Secretaria de Educação de Pernambuco.
Para Eukennya a discussão destacou a tríade que envolve gestão, professor e estudante. “A prática a gente tem que fazer com envolvimento, escuta ativa, participação e o foco no estudante. Para trazer as novidades, as transformações, como as tecnologias e as metodologias ativas, é necessário colocar essas práticas à serviço do que os alunos precisam e, para isso, verificar o grau de liberdade da gestão para instigar os professores a perceberem essa transformação para os estudantes”.
Segundo Flávia Dal Bello, a reflexão possibilita falar sobre as inquietações e a participação da família nas instituições de ensino.
“Qualquer prática transformadora deve envolver a família, para que venha para a escola para ser formada e atualizada sobre as mudanças pedagógicas que queremos implementar. E também o posicionamento da gestão para sustentar toda prática docente, as transformações que a escola quer implementar, reconhecer as potencialidades do time pedagógico, e valorizar a autonomia docente. Assim como cuidar da saúde mental dos professores, e que eles sejam ouvidos e tenham voz”, disse a especialista.
RODA DE CONVERSA
Outro tema relevante que a Jornada Bett Nordeste abordou “Lideranças inspiradoras na escola podem fazer a diferença”, apresentada no Roda de Conversa por Carla Alexandre, coordenadora de Projetos Educacionais do CESAR/UFPE, e Lucas Faleiros, diretor de Sucesso do Cliente da isaac, mediada por Mirella Araújo, repórter do Jornal do Commercio e titular da coluna Enem e Educação.
“Para uma liderança inspiradora na escola é preciso distinguir as diferenças do que é ser líder e do que é ser chefe. A liderança formal está nos cargos de gestão das escolas, que precisam desenvolver uma série de aspectos e competências, ao passo que a liderança informal é própria de um profissional engajado, que tem uma liderança nata e que deve ser possível aproveitá-la para que seja promotora das mudanças em nossas instituições”, resumiu a coordenadora de Projetos Educacionais do CESAR/UFPE.
Para acompanhar as transformações educacionais um dos temas essenciais é o “Gerenciamento de Crises: Como promover um ambiente escolar seguro e resiliente?”, palestra ministrada por Alessandra Borelli, sócia e CEO da Opice Blum Academy, e Márcio da Costa, diretor do Instituto Alfa e Beto, que teve novamente a moderação de Mirella Araújo.
Alessandra Borelli, uma das principais especialistas em Direito Digital e Proteção de Dados, com especialização em Tecnologias e Metodologias Inovadoras Aplicadas à Educação, focou sua fala na gestão de crise nas escolas com o olhar para o ambiente digital, para as mudanças e demandas que as novas tecnologias impõem à governança escolar.
“Medidas de Compliance no ambiente educacional têm se demonstrado uma providência inadiável, tanto sob a perspectiva de prevenção como de reação. Os conflitos difundidos por meio da Internet e das redes sociais, as questões do ambiente digital e o controle desses diálogos devem ser mitigados para evitar que reverberem sobre os próprios alunos e à proposta pedagógica. Se prevenir é melhor que remediar, se preciso remediar que se tenha o remédio certo”, disse Borelli.
Na sessão sobre "Como uma liderança inspiradora pode desafiar o “status quo” e desenhar um futuro diferente para a escola?", Paula Leão, Diretora da Escola Vila Aprendiz, abordou a importância de investir nas pessoas e prepará-las para educar.
"A liderança hoje tem desafios para fazer diferença sobre o que está posto hoje. Mais do que prédios e paredes, é preciso investir nas pessoas e prepará-las para estarem prontas dentro desse organismo vivo que se chama escola, e criar vínculos com toda a comunidade escolar, o que deve incluir as fampilias", disse Leão, que participou do painel ao lado de Leo Chaves, CEO da EAI Educa, como moderação de Adriana Martinelli.
Sobre os "Destaques em transformações Educacionais de Pernambuco", o painel colocou no palco três especialistas e edcadores: André Neves, Professor da UFPE, Rui Belfort, CEO da TDS Company, e Guilherme Cavalcanti, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. "O painel revisitou as questões inovadoras sobre os dias de hoje, o histórico de Pernambuco, com provocações para o futuro inovadora da Educação.