O reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, cobrou que o governo federal revise o orçamento aprovado na última sexta-feira (22) pelo Congresso Nacional para as instituições federais no próximo ano. Ele alega que os R$ 5,9 bilhões são insuficientes para manter as 69 universidades do Brasil que, juntas, somam mais de 2 milhões de estudantes.
“Esses recursos são efetivamente insuficientes para arcar com as grandes responsabilidades da ciência, tecnologia e inovação e de formação do pessoal qualificado nas universidades”, afirmou o professor durante entrevista à Rádio Jornal na última quarta-feira (27).
A verba aprovada pelo Congresso é de R$ 310 milhões menor que o orçamento conquistado para 2023 a partir da PEC da Transição, de R$ 6,2 bilhões — que mesmo assim já deixou muitas universidades em perigo fiscal. “Estamos com dificuldades, em 2023, em fechar as contas. Houve e há várias universidades que entrarão em 2024 com débito”, explicou.
“Precisamos reportar diretamente ao presidente da República para que ele faça um esforço, junto com o Ministério da Educação (MEC), para uma recomposição do orçamento das universidade federais o mais breve possível. Porque, afinal de contas, é responsabilidade direta do MEC fazer o financiamento das nossas instituições”, reiterou.
Gomes relata ter entregue um documento com as diretrizes gerais e a situação orçamentária da universidade para o presidente Lula (PT) ainda durante a campanha política, em 2022. Quando já eleito, entregou novamente para o grupo de transição, e em outros três encontros com o MEC em 2023.
“Nós tivemos, não resta a menor dúvida, o respeito às regras do jogo democrático, a nomeação do reitor ou reitora que estava no primeiro da lista, mas o compromisso com a recomposição do orçamento e com o futuro das gerações que vão certamente fazer ciência, tecnologia e inovação na nossa universidade, assim como os grandes profissionais que formamos, ainda não tivemos”, disse o reitor.
ANDIFES PEDE R$ 2,5 BILHÕES A MAIS
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), da qual Alfredo é vice-presidente, defende um acréscimo de no mínimo, R$ 2,5 bilhões no orçamento do Tesouro aprovado para o funcionamento das instituições.
“Esses recursos são imprescindíveis para custear, entre outras despesas, água, luz, limpeza e vigilância, e para garantir bolsas e auxílios aos estudantes”, pontuou a Andifes em nota pública divulgada no último sábado (23).
“Com o intuito de assegurar o cumprimento adequado da missão social, acadêmica e científica de nossas instituições, torna-se imperativo iniciar um processo sustentável e contínuo de reequilíbrio do orçamento das universidades federais”, concluiu.