No dia 29 de dezembro, o Governo de Pernambuco anunciou a convocação de 742 novos servidores. Destes, 674 profissionais serão locados na Secretaria de Educação - sendo 509 professores, 77 analistas em gestão educacional e 88 assistentes administrativos educacionais.
No entanto, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação de Pernambuco (Sintepe) tem recebido várias denúncias sobre as dificuldades que os concursados estão tendo de tomar posse, devido a exigência de novos exames que não estavam listados no edital. Vale lembrar que o início do ano letivo da rede pública estadual é no dia 5 de fevereiro.
Em nota divulgada nas redes sociais, a presidenta do Sintepe, Ivete Caetano, explicou que o primeiro problema identificado foi com relação ao tempo disponibilizado entre a convocação e a realização dos exames admissionais necessários para a Perícia Médica.
“O Governo de Pernambuco deu quatro dias úteis e no total foram solicitados 15 exames. O Sintepe fez contato com o governo, no dia 4 de janeiro, colocando a dificuldade de muitos fazerem os exames e eles ficarem prontos no dia 8 de janeiro”, explicou a presidenta.
Em resposta ao Sintepe, o Governo de Raquel Lyra disse que nenhum professor convocado seria prejudicado e aqueles com dificuldades de finalizar os exames poderiam entrar em contato com a Secretaria de Educação Esportes para garantir a sua posse.
Além dessa questão pontuada pelo sindicato, eles também identificaram um outro problema na convocação destes profissionais. Para a surpresa de muitos professores, ao chegarem para a Perícia Médica, eles foram informados que novos exames teriam que ser apresentados, a exemplo a videolaringoscopia.
“Muitas pessoas estão com medo de não tomarem posse por causa da ausência desses exames e isso tudo gera muita ansiedade. Nós temos solicitado desde julho do ano passado, o calendário de convocações para que todos os que são chamados possam se organizar", afirmou Ivete Caetano.
OPOSIÇÃO COBRA SOLUÇÃO
Líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a deputada Dani Portela (PSOL) chegou a publicar um vídeo mostrando o momento em que os professores são comunicados que teriam que retornar com os novos exames para concluir a perícia.
“Fica claro, mais uma vez, que falta gestão nesse governo, na educação e também em diversas outras áreas. Como é possível que o governo encaminhe uma lista de exames de saúde exigidos aos professores convocados no concurso e, no momento da perícia médica, sejam cobrados exames que não constam na lista oficial? Muitos vieram de longe, fizeram horas de viagem, estão custeando hospedagem, alimentação, etc", afirmou Dani Portela, por meio de nota.
"Além disso, todos os candidatos devem ser tratados de maneira isonômica, sob os mesmos requisitos e sendo garantidas a todos as mesmas condições. Quando o governo exige exames médicos distintos aos candidatos do mesmo concurso e para o mesmo cargo, essa isonomia está sendo quebrada. O que é muito grave, pois a isonomia é imprescindível para a lisura de um concurso público", criticou a parlamentar.
RESPOSTA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Educação e Esportes (SEE-PE) para questionar a situação apresentada pelos novos concursados. Por nota, enviada nesta sexta-feira (12), a pasta disse que "todos os nomeados foram comunicados da alteração dos exames por parte da Perícia Médica".
"A pasta esclarece ainda que aqueles que não estavam com os exames completos também já foram reagendados".
"Quem tiver alguma dúvida, pode entrar em contato pelo número (81) 3183-8972 ou mandar e-mail para concurso_see_prof_2022@educacao.pe.gov.br, para professor, ou concurso_see_adm_2022@educacao.pe.gov.br, caso seja analista e assistente", finalizou o comunicado.