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Enem e Educação

Por Mirella Araújo e equipe
CLIMATIZAÇÃO

Alunos e pais reclamam de precariedade na climatização de salas de aula; Governo de Pernambuco fala em 4 mil novos aparelhos de ar-condicionado

A meta do Juntos pela Educação é de que sejam instalados 20 mil aparelhos de ar-condicionado até 2026

Cadastrado por

Mirella Araújo

Publicado em 20/03/2024 às 14:11 | Atualizado em 20/03/2024 às 18:54
O plano de climatização nas escolas da rede estadual representa um investimento de R$ 84 milhões - OSIMAR OLIVEIRA/SEE

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Educação e Esportes (SEE-PE), anunciou em suas redes sociais, nessa segunda-feira (18), que foram instalados mais de quatro mil novos aparelhos de ar-condicionado nas escolas estaduais somente em 2023.

Segundo os dados do Executivo, nas unidades de ensino da Região Metropolitana do Recife (RMR) foram instalados 1.444 equipamentos; Na Zona da Mata, foram 1.106 novos ares-condicionados; Já nas regiões do Agreste, foram 688 aparelhos, e no Sertão, o quantitativo é de 943 equipamentos.

Ainda segundo o Governo do Estado, a meta do Juntos pela Educação é de que sejam instalados 20 mil aparelhos de ar-condicionado até 2026. O plano de climatização nas escolas da rede estadual representa um investimento de R$ 84 milhões.

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No entanto, a própria pasta afirmou em seu anúncio que não se tratará apenas da aquisição de novos aparelhos. “É uma empreitada que vai muito além de simplesmente colocar o ar-condicionado na parede, como a reestruturação da rede elétrica interna, a colocação de forros e vedações e, em muitas escolas, a implementação de subestações de energia elétrica para que a rede dê conta do aumento do consumo”, explicou a SEE-PE, acrescentando que a instalação será feita gradualmente.

PAIS E ALUNOS DENUNCIAM REALIDADE NAS ESCOLAS

O anúncio do Governo de Pernambuco veio acompanhado de inúmeros relatos de alunos, pais e professores, de diversas localidades do estado, se queixando sobre a falta de aparelhos de ar-condicionado nas escolas. Muitos estudantes estão passando mal devido ao calor intenso dentro das salas de aula, que contam com poucos ventiladores para amenizar a situação.

O problema é pior entre os alunos que estudam na modalidade de ensino em tempo integral - das 7h às 17h. Há caso em que as escolas chegaram a receber os equipamentos, mas não há previsão de instalação deles. 

Pelos relatos, mais de dez escolas estão com problemas referentes a precarização da climatização nas salas de aula. No Recife, há queixas sobre as escolas de Referência em Ensino Médio (EREM) Augusto Severo, EREM Dom Vital, EREM Eleanor Roosevelt e Escola Monsenhor Francisco Salles.

"Uma grande mentira! Sou estudante da Escola Augusto Severo e não tem ar-condicionado para os segundos e os primeiros anos. E é muito calor, tem gente passando mal todo dia porque nem ventilador tem direito", afirmou uma estudante nas redes sociais. 

Em Jaboatão dos Guararapes, a Escola Souza Brandão e a EREM Professor Benedito Cunha Melo, são algumas das unidades cujos pais e alunos reclamam da falta de ar-condicionado.

"Vejo que as escolas regulares carecem muito de investimento. Leciono na Escola Souza Brandão e nós estamos sofrendo muito com o calor. Frequentemente, estudantes e professores passam mal. Isso é um caso de extrema urgência", disse um docente, também nos comentários da publicação do Governo do Estado sobre o tema. 

Também há reclamações sobre a Escola de Referência em Ensino Fundamental e Ensino Médio (EREFEM) Methodio de Godoy Lima, em Serra Talhada. A Escola Jornalista Edson Regis, no município de Arcoverde, a  EREFEM Dom Avelar Brandão Vilela, em Petrolina, e a EREM Nossa Senhora de Fátima, localizada na cidade de Sanharó, passam pela mesma situação.

RESPOSTA DA SEE-PE

A coluna Enem e Educação procurou a Secretaria de Educação e Esportes questionando quanto ares-condicionados estavam previstos para serem instalados neste ano de 2024, qual será o investimento com relação às escolas que precisam de obras na rede elétrica para suportar as instalações e qual o prazo para que a situação seja normalizada nas escolas citadas pela reportagem.

Por nota, a pasta explicou que “para assegurar que todas as escolas sejam atendidas e que os recursos sejam aplicados de forma eficiente, está em andamento um procedimento abrangente, que inclui uma análise detalhada da rede elétrica e da estrutura física de cada escola. Somente após essa análise são identificados os problemas que precisam ser resolvidos antes da instalação dos aparelhos de ar-condicionado”.

A SEE ainda destacou a necessidade de implantar, pelo menos, “245 subestações de energia, a fim de proporcionar mais bem-estar para alunos, professores e funcionários da rede”.

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