Secod busca apoio em comunidades terapêuticas para enfrentar o crack no Recife

Publicado em 20/11/2015 às 8:00
Foto: Ao contrário de São Paulo, o Recife não tem cracolândia, mas "cenas de uso" estão em todas as esquinas.


Ao contrário de São Paulo, o Recife não tem cracolândia, mas "cenas de uso" estão em todas as esquinas.   Anotem esses números: nada menos de 55 por centos dos homens presos em Pernambuco têm alguma ligação com o tráfico de drogas. Entre as mulheres, essa proporção é ainda maior, 72 por cento, segundo informa o Secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. Vejam outra estatística espantosa: em Pernambuco, entre 2014 e 2015, só a Polícia Federal retirou de circulação (em pasta base e crack), o equivalente a 1 milhão 168 mil "pedras", que iriam abastecer o mercado do vício. O crack, aliás, transformou-se não só em uma droga avassaladora, mas sobretudo em um flagelo social. E penetrou em todas as camadas da sociedade. Com a sua disseminação, a violência só faz aumentar. Por conta disso, tanto o governo federal, quanto os estaduais e os municipais têm desenvolvido programas para enfrentá-lo. Em Pernambuco, foi implantado o Atitude, que começou a todo vapor, mas que passou por crise séria este ano. No Recife, ocorre um modelo similar, cujo passo mais importante acontece na próxima quarta-feira, quando será lançado edital  para contratação de vagas em comunidades terapêuticas. Inicialmente, serão 150, destinadas a 65 adolescentes e 85 adultos. Cada  "interno", digamos assim, custará R$ 40 por dia aos cofres públicos. Embora tenham passado polêmico - os métodos adotados eram discutíveis - as casas terapêuticas hoje têm que seguir normas do Marco Regulatório descrito na Resolução 01/2015 do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (Conad). A Secretária de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas do Recife, Aline Mariano, informa que tanto as regras do Conad quanto resoluções previstas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são seguidas no edital. "O edital do Recife vem para garantir que entidades de natureza privada e sem fins econômicos e lucrativos, realizem o acolhimento de pessoas com problemas decorrentes do abuso ou dependência de substâncias psicoativas", diz ela. De acordo com a Secod, poderão ser contratadas vagas não só nas casas terapêuticas do Recife como também em outros municípios da Região Metropolitana." As comunidades terapêuticas não poderão exigir qualquer tipo de contrapartida financeira ou em bens, da pessoa acolhida de seus familiares", informa a Secod. Aline diz que ao contrário de São Paulo, o Recife não tem "Cracolândia". Mas as cenas de uso na Capital são muitas, e vêm sendo mapeadas. Leia mais: Cenas de uso de crack começam a ser mapeadas no Recife para guerra contra o vício. Programa Atitude está ameaçado no Recife. Profissionais do Atitude suspendem atividades. Programa de prevenção e apoio a usuários de drogas Um ano para Secretaria de Enfrentamento ao Crack mostrar resultados  
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