ALEPE

Juntas desmente 'bolsonaristas' sobre CPI do Caso Beatriz

Site diz que Juntas é contra a CPI do Caso Beatriz, mas é desmentido pelo mandato coletivo

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Augusto Tenório

Publicado em 21/01/2022 às 15:35 | Atualizado em 21/01/2022 às 17:01
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O mandato coletivo Juntas, do PSOL, desmentiu afirmações sobre o seu posicionamento acerca da instauração da CPI do Caso Beatriz na Alepe. Após pressão oposicionista, as codeputadas lideradas por Jô Cavalcanti negam oposição à Comissão Parlamentar de Inquérito e dizem ainda estar avaliando se assinam ou não o pedido para a sua abertura.

As parlamentares negam as afirmações feitas no site Caso Beatriz, criado como ferramenta para pressionar parlamentares a aderirem ao pedido de abertura da CPI. No endereço digital, consta que a Juntas se recusou a assinar o pedido, sob a justificativa de que a Comissão "mais atrapalha que ajuda".

O site na internet, segundo as parlamentares, é organizado pela extrema-direita e base de apoio de Bolsonaro em Pernambuco e não condiz com a verdade.

 

"As Juntas acompanham o caso desde 2019 e apoiam a federalização da investigação de modo a assegurar uma apuração técnica, profissional e isenta, assim como vem atuando na Comissão de Direitos Humanos dentro de suas prerrogativas institucionais. Sobre a recente proposta de instalação de CPI, a mandata esclarece que o tema ainda está sendo discutido internamente e será debatido conjuntamente com o PSOL, sempre objetivando a preservação da imparcialidade da investigação", diz o grupo em nota.

Entenda a movimentação pela CPI do Caso Beatriz

O pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o Caso Beatriz já conta com a assinatura de 13 deputados estaduais. Para instaurar a chamada CPI do Caso Beatriz na Alepe são necessárias 17 assinaturas de parlamentares. A grande maioria é formada por partidos de oposição, como PTB, Democratas, PSDB e PSC. No entanto, há dois nomes do PP, partido da base governista.

Como o Blog de Jamildo noticiou, o pedido de abertura da CPI do Caso Beatriz foi anunciado pelo deputado estadual Romero Albuquerque (PP). A ação acontece após o novo advogado do principal suspeito do assassinato da menina divulgar carta na qual seu cliente nega ter cometido o crime.

Se instaurada, a CPI do Caso Beatriz pode trazer novas repercussões sobre o processo de investigação, alvo de duras críticas por parte dos pais da menina, durante o ano de disputa eleitoral. A movimentação já suscita debate sobre politizar temas de repercussão midiática perto do pleito.

Foto: Câmara do Recife/Divulgação
Romero Albuquerque (PP) enviou requerimento para a CTTU fazer controle de poluição sonora - Foto: Câmara do Recife/Divulgação

Romero, junto com Clarissa Tércio (PSC) e Joel da Harpa (PP), informaram que apresentarão o pedido da CPI no retorno das atividades na Casa, marcada para acontecer no próximo dia 01 de fevereiro. Enquanto isso, o grupo continua se movimentando e avalia ter garantido a assinatura dos principais oposicionistas. Apesar de 12 terem declarado apoio à abertura da CPI, eles já contam com apoio de 13 parlamentares.

A ideia, agora, é intensificar a ofensiva para convencer os parlamentares ainda em dúvida sobre a abertura da CPI. Para isso, foi criado um site no qual aponta-se quais deputados estaduais já declararam apoio à medida. A ferramenta pode pressionar os políticos, tendo em vista o apelo popular do Caso Beatriz.

"O país testemunhou reviravoltas e mudanças bruscas no caso Beatriz, que no meu entender são estranhas. E por acreditar que o nosso trabalho poderá agregar às investigações, por respostas e por Justiça, lutaremos para que essa CPI aconteça e tragas resultados positivos. É o mínimo que como parlamentares podemos fazer para garantir a mãe e a família, aquilo que o estado se eximiu de fazer", comentou Clarissa Tércio.

Potência política do Caso Beatriz

No fim de 2021, os familiares da menina Beatriz iniciaram uma caminhada de 702 km, de Petrolina ao Recife, para fazer cobranças ao governador Paulo Câmara (PSB). No caminho, eles foram recebidos por Raquel Lyra, pré-candidata ao Governo pelo PSDB-PE, e Marília Arraes, pré-candidata pelo PT.

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