ELEIÇÕES 2022

Quem é Anderson Ferreira, candidato de Jair Bolsonaro ao Governo de Pernambuco?

Anderson Ferreira foi anunciado como candidato de Jair Bolsonaro ao Governo de Pernambuco. Saiba mais sobre o político

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Augusto Tenório

Publicado em 10/03/2022 às 16:06 | Atualizado em 14/03/2022 às 18:48
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Numa fotografia, Jair Bolsonaro (PL) aparece ladeado por Anderson Ferreira (PL) e Gilson Machado. Nas mãos, as tradicionais arminhas deram lugar ao símbolo de paz e amor. A imagem não somente sela a paz entre as figuras, como também anuncia quais serão os candidatos do presidente nas eleições majoritárias deste ano em Pernambuco.

Após meses de especulações e movimentos interpretados como tentativas de afastar-se da figura do presidente, Anderson Ferreira abraçou o bolsonarismo e será o candidato de Jair Bolsonaro ao Governo de Pernambuco. Trata-se de movimento arriscado, porque o apoio expresso do mandatário pode inviabilizar uma candidatura no estado.

Trata-se do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, uma das cidades mais importantes da Região Metropolitana do Recife. Ele foi reeleito para o cargo em 2020, ainda no primeiro turno, com 54,28% dos votos. Em 2016, ele recebeu 58,50%, derrotando Neco (PDT) no segundo turno. Seu vice é Luiz Medeiros (PSC), que vem a ser contraparente dele, em função do irmão André Ferreira.

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SEM VOLTA Prefeito de Jaboatão deve mesmo disputar o Palácio, mas precisa garantir condições eleitorais - CHICO BEZERRA/PJG

Apesar de estar com Jair Bolsonaro e ser evangélico, nos bastidores da política Anderson Ferreira não é considerado um bolsonarista raiz. Em 2020, por exemplo, juntou-se com Marília Arraes (PT), candidata à Prefeitura do Recife.

Em 2016, votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Vale lembrar, também, que Anderson Ferreira é o autor do Estatuto da Família. O Projeto de Lei define família apenas como o núcleo formado por homem e mulher, gerando críticas por excluir outros tipos de família.

Nas últimas semanas, seu grupo político deu sinais de que deveria abraçar o bolsonarismo em Pernambuco. O PL busca atrair nomes atrelados à figura do presidente Jair Bolsonaro, como Joel da Harpa, que deixa o PP.

Na Prefeitura, destacou-se vencendo prêmios da ONU. Antes de aventurar-se no executivo municipal, foi deputado federal pelo PR em dois mandatos: 2011-2015 e 2015-2019. Na Câmara, foi vice-líder do bloco formado pelo partido com o PSD e PROS.

Segundo informações de bastidores da política local, Anderson Ferreira é bastante considerado por Valdemar Costa Neto por tê-lo visitado quando o atual presidente nacional do PL estava preso, pela Lava Jato.

Já Jair Bolsonaro tem uma boa relação com o prefeito de Jaboatão porque, na Câmara, era bem tratado pelo colega, mesmo quando era apenas mais um deputado do chamado "baixo clero". Os dois foram deputados juntos, na mesma época.

Anderson Ferreira completa 50 anos neste ano e tem ensino superior incompleto. Ele, porém, já estudou nas áreas de administração de empresas, Marketing e psicologia. Ele também foi chefe de Gabinete do deputado Manoel Ferreira, seu pai, na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco.

Anderson Ferreira e o estatuto da família

É de autoria de Anderson Ferreira o PL 6583/13, atualmente aguardando deliberação do recurso na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA). Trata-se de Projeto de Lei apresentado em outubro de 2013 parar criar o chamado Estatuto da Família.

O texto prevê a definição de família como "a entidade familiar formada a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos".

Ao defender o projeto, Anderson Ferreira chegou a argumentar que "a família vem sofrendo com as rápidas mudanças ocorridas em sociedade" e reclama, alegando ausência de "políticas públicas efetivas voltadas para a valorização da família e ao enfrentamento de questões complexas no mundo contemporâneo".

O PL é criticado por colegas, que o classificam como preconceituoso e excludente. Glauber Braga (PSOL), em 2015, chegou a tentar modificar a proposta, mas sem sucesso. Segundo o parlamentar de oposição, o texto pode excluir uniões entre homossexuais ou mesmo famílias constituídas por pais e mães solteiros.

O deputado pessolista queria alterar o o texto para definir família como "núcleo social formado por duas ou mais pessoas unidas por laços sanguíneos ou afetivos, originados pelo casamento, união estável ou afinidade".

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