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Por Jamildo Melo e equipe
Economia

Quase metade da população brasileira faz "bico" para complementar renda; diz pesquisa

A pesquisa foi feita em todas as regiões do Brasil com 2.000 brasileiros com mais de 16 anos presentes em 128 municípios.

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Jones Johnson

Publicado em 10/08/2022 às 12:04
SINAIS Para especialistas, volta dos trabalhadores informais às ruas é indicativo de retomada da economia - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

Com o salário passando cada vez menos tempo no bolso da população brasileira, a solução é recorrer aos trabalhos extras, o chamado "bico".

Quem está com a renda prejudicada por conta da alta nos preços em vários setores da ecconomia, busca nas soluções temporárias uma forma de complementar a renda para sobreviver até o fim do mês.

O Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) realizou uma pesquisa feita em conjunto com o Instituto Cidades Sustentáveis e mostrou que 45% da população brasileira, quase metade da população do país (70,2 milhões de brasileiros), faz trabalhos extras para complemento da renda mensal. 

A pesquisa foi feita em todas as regiões do Brasil com 2.000 brasileiros com mais de 16 anos presentes em 128 municípios.

O levantamento foi realizado entre os dias 1 e 5 de abril de 2022 e a margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Bicos mais comuns

Em primeiro lugar estão os serviços gerais. No último ano, 13% dos entrevistados na pesquisa realizaram algum tipo de faxina, manutenção ou assistência técnica, os chamados "maridos de aluguel".

Em segundo no ranking, a produção de alimentos em casa atingiu 8%, o que se tornou recorrente no período mais crítico da pandemia. Já em terceiro lugar, a venda de roupas ou ítens usados anunciados na internet tiveram 6%.

O estudo ainda observou que as regiões onde o bico é mais popular são as Norte e Centro-Oeste, com um percentual de 48% da população dessas regiões.

Sinônimo de pobreza e fome

Ainda de acordo com a pesquisa, quase 126 milhões de pessoas foram atingidas pela fome e pobreza. Dentre os que responderam à pesquisa, a dificuldade maior é comprar alimentos.

Cerca de 47% dos entrevistados conhecem ou já viram alguém com dificuldades de comprar comida; 37% notaram que a quantidade de moradores de rua aumentou e 29% percebeu que o volume de ambulantes nos semáforos é maior.

Já 17% observaram que a quantidade de barracos, favelas ou ocupações no seu município também aumentou.

Essa percepção do aumento da pobreza e da fome é mais observado nas capitais ou regiões metropolitanas, ou seja, municípios com 50 mil a 500 mil habitantes ou mais.

O oposto também ocorre: municípios com menos de 50 mil habitantes são os que menos notaram o aumento da pobreza no país.

Em Pernambuco, a situação é ainda pior

No Grande Recife, cerca de 40% da população sobrevive com R$ 275, cerca de 1/4 do salário mínimo atual.

Recife possui o título de "metrópole onde o rendimento entre os mais pobres é o pior do Brasil", onde a renda média na Região Metropolitana é a terceira pior dentre as metrópoles, R$ 831,66.

Em comparação com a média de renda nacional, que, em 2021 era de R$ 1378, nota-se que no Recife o cenário é bem pior.

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