Professor sugere uso de serviços digitais já existentes para pagamento do coronavoucher

Opção seria distribuição de vouchers digitais ou cartões digitais de compras como já se faz hoje com o Vale Refeição, Vale Alimentação
Fernando Castilho
Publicado em 04/05/2020 às 12:40
A Caixa Econômica está com grandes dificuldades de fazer o pagamento emergencial de R$ 600 do Coronavoucher, para os trabalhadores do mercado informal. Foto: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM


Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios.

O professor de Finanças Corporativas, Aloísio Sotero, defendeu nesta segunda-feira (04) que o governo adote alternativas adicionais, mais práticas e modernas como a distribuição de vouchers digitais ou cartões digitais de compras, como já se faz hoje com o Vale Refeição, Vale Alimentação pelo celular como já é utilizado em várias empresas privadas.

Uma outra opção, segundo Sotero, seria antecipar a operação do PIX pelo Banco Central ou usar o link para as diversas empresas que já atuam no mercado e que usariam o sistema de pagamento digital transferindo os valores paras essas contas que já dão acesso a compras. Segundo ele, como existem no Brasil cerca 220 milhões de smartphones em uso, essa poderia ser uma opção adicional ao problema hoje enfrentado pela Caixa.

O PIX é a solução de pagamento instantâneo, criada e gerida pelo Banco Central do Brasil (BC), que proporciona a realização de transferências e de pagamentos. O PIX é concluído em poucos segundos, inclusive em relação à disponibilização dos recursos para o recebedor.

O Banco Central programa adotar o PIX em novembro, mas já está em testes, como um meio de pagamento assim como boleto, TED, DOC, transferências entre contas de uma mesma instituição e cartões de pagamento (débito, crédito e pré-pago).A diferença é que o PIX permite que qualquer tipo de transferência e de pagamento seja realizada em qualquer dia.

Aloísio Sotero destacou a dificuldade de pagar em dinheiro algo entre 75 a 80 milhões de pessoas que demanda uma logística de abastecimento em papel moeda excepcional. Além disso e para complicar essa logística de abastecimento, existem alguns municípios brasileiros que nem bancos ou casas lotéricas possuem. O pagamento por meio digital traria mais liquidez e facilitaria a vida de todos e de forma rápida.

Para Aloísio Sotero o sistema financeiro não terá condições de atender o saque simultâneo para esse número de beneficiários, além das dificuldades de evitar filas e aglomerações e segurança. Além disso, prejudica o próprio governo pois uma das medidas de isolamento social é evitar aglomeração para diminuir a possibilidade de contágios.

Um outro desafio é a capacidade computacional do Governo Federal para processar com segurança os diversos programas sociais, além dos novos beneficiários invisíveis, tudo sendo operacionalizado sob o mesmo sistema de benefícios sociais.

Segundo ele cerca de 70% dos beneficiários do programa Bolsa Família sacam o benefício em dinheiro. Algo em torno de 13 milhões de pessoas que estão indo à Caixa pressionando ainda mais o sistema bancário. E lembrou que o coronavoucher deve beneficiar cinco vezes mais do que o Bolsa Família.

Os meios de pagamentos digitais são soluções que possibilitam que transações financeiras entre empresas e clientes aconteçam virtualmente. De forma simples, essas ferramentas funcionam como uma ponte entre o consumidor, a instituição financeira e a loja virtual. Dessa forma, atuam oferecendo todos os dados necessários para que a compra se concretize.

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce brasileiro apresentou um faturamento de R$ 35 bilhões no primeiro semestre de 2019. Em termos comparativos, esse número representa um crescimento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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