Ao analisar um estudo da CNI, a economista Tânia Bacelar comemora o destaque para Pernambuco na descentralização regional da indústria brasileira nesse período considerando-o "muito importante.".
“Primeiro porque a gente vinha de um momento muito ruim no final da década final do século XX, que foi uma fase de desindustrialização da economia estadual. Portanto, a reversão dessa tendência tem um significado. O auge desse movimento eu situaria entre 2007 e 2016” afirma.
Ela lembra um estudo feito pela sua consultoria (Ceplan) para a Federação das Indústrias de Pernambuco mostrando que, nesses 10 anos, o Estado de Pernambuco atraiu R$ 104 bilhões de investimentos. Com uma forte predominância do investimento na indústria. Esse volume representava, na época, mais da metade do PIB estadual em 2010.
“Foi um movimento muito importante que eu atribuo a alguns elementos centrais: A presença do distrito industrial de Suape. Pernambuco tinha feito esse investimento. Ele estava maduro, pronto, com licença ambiental aprovada, e no espaço estratégico ao lado de um porto moderno e no coração do litoral oriental do Nordeste. Então, muitos investimentos vieram atraídos por esse fato” analisa Bacelar.
Por outro lado, diz a economista, havia um movimento favorável que a economia brasileira vinha vivendo com um impacto muito positivo no Nordeste em especial pelo dinamismo do consumo das famílias.
“Isso explica a atração de muitos investimentos industriais ligados a essa variável, como, por exemplo, o segmento de bebidas e a produção de alimentos. Então, foi um momento realmente excepcional para a economia estadual”, afirma a professora.
Tania Bacelar ainda destaca um outro fator que foi a ousadia de colocar a Jeep na Mata Norte, "eu diria que uma ousadia do governo de Pernambuco e do grupo empresarial FCA, que estava investindo, e foi muito relevante. Esses três elementos impactaram nessa trajetória positiva, que o estudo que a CNI agora apresenta", conclui a economista.