Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Coluna JC Negócios

PIB de Pernambuco também cai -0,1%, mas Jeep sustenta crescimento de todo setor industrial com alta performance

No semestre, a Jeep cresceu sua produção em mais de 90%

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Fernando Castilho

Publicado em 02/09/2021 às 12:25 | Atualizado em 02/09/2021 às 12:58
Na crise, Fábrica da Jeep segurou no tranco da indústria em Pernambuco - Clara Gouvêa / JEEP

O Instituto Condepe Fidem divulgou, nesta quinta-feira (02), o PIB de Pernambuco no segundo trimestre, que a exemplo do Brasil também caiu -0,1%, quando comparado o trimestre com o trimestre imediatamente anterior.

No acumulado ao longo do ano, no entanto, comparado com mesmo período do ano anterior, Pernambuco tem crescimento de 5,8% enquanto o Brasil cresceu 6,4%.

Quando se desagrega os dados pode-se observar que a Agropecuária cresceu 3,8% com destaque para as Lavouras Temporárias: 2,7%, Lavouras Permanentes (café, maracujá, manga, uva e coco-da-baía): 3,0% e a Pecuária (bovinos, ovos, leite e aves) que cresceu 5,8%

Mas os números do PIB trazem duas notícias preocupantes.

O Comércio Varejista Ampliado, que cresceu 49,1% no trimestre, registrou queda dos segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,2%) e de eletrodomésticos (-14,7%). Indicando que o boom de vendas de alimentos, TVs e equipamentos de som acabou.

Na questão da vendas menores de alimentos, o fato é a perda de capacidade de compra das famílias para adquirir comida.

O fenômeno se repete em relação ao primeiro semestre de 2021, onde o Comércio Varejista Ampliado cresceu 28,4%, mas os segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-8,0%) e eletrodomésticos (-16,6%) caíram fortemente.

A boa notícia vem da performance no 2º trimestre 2021 da indústria, que cresceu 28,3% e onde a Indústria de Transformação cresceu 39,0%.

A explicação está na excelente performance da Jeep Goiana e o complexo de indústrias ao seu redor. O segmento de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores cresceu 376,4% enquanto o de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 221,5% no trimestre. Máquinas, aparelhos e materiais elétricos cresceram 60,0%.

No semestre 2021, a indústria de Pernambuco cresceu 16,4%, a indústria de Transformação 20,5% com os segmentos de equipamentos de transporte, exceto veículos automotores crescendo 110,0% e a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias chegando a 90,1%. Máquinas, aparelhos e materiais elétricos cresceram 38,0%.

Diferentemente do que aconteceu em nível nacional (-2,8%) a agropecuária de Pernambuco cresceu 3,8% com destaque para a boa safra de arroz, cebola, melão, abacaxi e batata-doce que ajudaram a pressionar os preços na inflação.

Também cresceram cana-de-açúcar (no final de safra), mandioca, feijão, tomate, milho e melancia. E no caso das lavouras permanentes (+3,0%) o crescimento veio do maracujá, manga, uva e coco-da-baía no Vale do São Francisco, mas também do café que começa a aparecer na economia do Estado junto com laranja, banana, goiaba e castanha-de-caju.

No caso da pecuária o crescimento de 5,8% se deve a produção de ovos, leite e aves como suporte a avicultora de postura.

Nos Indicadores Conjunturais de Suporte, o Setor de Serviços o crescimento no trimestre foi de 25,2% onde todas as categorias apresentaram crescimento.

Isso se deu nos serviços prestados às famílias (132,7%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (34,4%), outros serviços (18,5%) profissionais, administrativos e complementares (12,9%) e informação e comunicação (7,0%).

Mas o melhor número veio das atividades turísticas que cresceram 154,7% com a volta das demais atividades econômicas.

O setor de Turismo foi um dos que mais sofreu e um dos últimos a voltar a operar.

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