Quanto custa um feriado nacional? Pois é, a Confederação Nacional do Comércio fez uma conta que diz que cada feriado em dia útil gera um prejuízo de R$ 2,46 bilhões ao varejo. Um valor tão representativo que reduz a rentabilidade anual média do setor de comércio como um todo em 1,29%.
Atualmente, o calendário conta com nove feriados nacionais. Segundo a CNC, em 2021, o comércio varejista sofreu perdas de R$ 22,11 bilhões. A conta não inclui os feriados estaduais e os municipais.
Isso acontece por mais que as vendas possam ser parcialmente compensadas nos dias imediatamente anteriores ou posteriores aos feriados, em virtude do fechamento das lojas ou da diminuição no fluxo de consumidores.
O aumento na folha de pagamentos na atividade comercial é a principal fonte dos prejuízos impostos pelos feriados, comprimindo as margens de operação do varejo.
Este ano, excetuando-se o Dia do Trabalhador e o Natal (ambos celebrados em sábados, dia de expediente reduzido no varejo), os demais feriados nacionais ocorreram em dias úteis para o comércio, impactando a rentabilidade do setor.
Como em 2022, as duas datas cairão em domingos e o Dia da Confraternização Universal será em um sábado. Sendo assim, haverá uma redução de nove para sete no número de feriados em dias úteis.
Ainda assim, o prejuízo do setor por conta de feriados nacionais deverá ser de R$ 17,25 bilhões (- 22% ) segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Portanto, com menos feriados nacionais caindo em dias úteis em 2022, as perdas do comércio tendem a ser menores do que em 2021.
De forma mais ampla, segundo estimativa da CNC e considerando-se todas as atividades econômicas, cada feriado nacional do calendário brasileiro provoca um impacto de R$ 10,12 bilhões na geração do Produto Interno Bruto – o equivalente a 0,12% do PIB anualizado.
A pesquisa realizada pela Confederação Nacional revela que os ramos de atividade em que a relação folha/faturamento se mostra mais elevada tendem a sofrer os maiores impactos.
O Brasil tem um calendário de nove feriados nacionais. No primeiro semestre: Dia da Confraternização Universal (1º de janeiro), Paixão de Cristo (Sexta-feira Santa), Tiradentes (21 de abril), Dia do Trabalhador (1º de maio).
No segundo semestre temos Independência do Brasil (7 de setembro), Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro), Dia de Finados (2 de novembro), Proclamação da República (15 de novembro) e Natal (25 de dezembro). Carnaval e Corpus Christi são considerados dias de ponto facultativo.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que há dois lados da situação. “Apesar de favorecer atividades econômicas específicas, como as turísticas, por exemplo, para boa parte dos demais setores da economia a maior incidência de feriados em dias úteis tende a gerar prejuízos, por conta da queda no nível de atividade ou pela elevação dos custos de operação”, afirma Tadros.
Ainda de acordo com a pesquisa da CNC, os ramos de atividade em que a relação entre folha de pagamento e faturamento se mostra mais elevada tendem a sofrer os maiores impactos.
A estimativa é que, juntos, os segmentos de hiper e supermercados (R$ 3,33 bilhões); de vestuário e calçados (R$ 2,83 bilhões) e o comércio automotivo (R$ 2,63 bilhões), que concentram 55% das folhas de pagamento do comércio varejista brasileiro, respondam por mais da metade (51%) das perdas.
Antes da reforma trabalhista, o exercício de atividade laboral em dias não úteis implicava, obrigatoriamente, no pagamento em dobro da hora trabalhada.
A partir da reforma, a empresa não precisa necessariamente pagar em dobro pelo dia trabalhado, podendo o trabalhador fazer a compensação por meio de banco de horas.