O Metrô do Recife já foi referência nacional. Pela eficiência, limpeza e qualidade de suas instalações. Hoje ele está sucateado e, há alguns anos, entrou na fase de canibalização de suas composições.
O Metrô tem dificuldades de compra de peças para suas 25 unidades originais e para as 15 novas que recebeu em 2014. Das 40, em média, funcionam 20. O sistema metropolitano é a expressão do descaso dos governos federal e estadual com a questão dos transportes na RMR. A União se limita a pagar a folha de pessoal.
O Governo do Estado não repassa os valores referentes às utilizações dos cartões VEM no Metrô. Pelas contas da CBTU, os valores passam dos R$ 100 milhões entre 2012 e 2020. Pode-se dizer que o sistema funciona graças a uma gambiarra dos seus funcionários, que acreditam ter esse seu compromisso como servidores públicos.
O problema é que para o Governo de Pernambuco, o Metrô é um problema federal.
O Estado nunca foi exemplo de gestão no setor de transporte público da RMR. Em tempos de eleição, o governo briga com os operadores do sistema por ônibus. No resto do tempo, faz cara de paisagem, como nas panes do Metrô.
E os projetos de navegabilidade do Capibaribe, o BRT e o próprio Sistema Estrutural Integral (SEI)? São bons exemplos dessa falta de atenção. Basta ver o nível de gestores que desloca para o setor.
O Metrô do Recife caminha para deixar de operar suas linhas. Mas sejamos honestos, alguém está preocupado com isso? Afinal, são 250 mil pessoas que precisarão se virar.
Um dia a casa cai. Ou melhor, um dia o trem para de vez.