Faz quase 25 anos que a gigante Pfizer ganha muito dinheiro com uma pequena pílula azul em forma de losango, tornando-se o primeiro comprimido a ajudar os homens a ter uma ereção. O Viagra permitiu que milhões de homens voltassem a ter relações sexuais e expôs ao mundo a questão da impotência sexual, um grande tabu.
O Viagra entrou nas receitas da multinacional depois que foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) americana em 27 de março de 1998. Foi tão importante que o léxico do marketing também mudou: não é mais uma questão de "impotência masculina", mas de "disfunção erétil", uma condição médica que agora pode ser tratada. Sua patente expirou em abril de 2020.
A disputa pela liderança do atraente mercado de medicamentos para disfunção erétil levou logo à falsificação. Uma pesquisa realizada em 2011 pela própria Pfizer mostrou que 80% do Viagra comprado na internet era produto de contrabando.
Para tentar reduzir isso, a fabricante do Viagra lançou uma espécie de programa de fidelidade para os consumidores do medicamento: a cada seis prescrições para a compra da pílula azul, a sétima sairia de graça.
Mas desde o primeiro ano, a empresa enfrentou forte concorrência do Cialis, da Eli Lilly, e do Levitra, da Bayer, que em 2018 anunciou a descontinuidade do produto.
DISFUNÇÃO ERÉTIL
O mercado de disfunção erétil no País movimenta, por ano, mais de R$ 1 bilhão. O Brasil é o segundo maior mercado global em vendas, atrás dos EUA. E assim como o Viagra, a molécula do Cialis, a tadalafila, também é usada (em uma concentração maior) para combater uma doença rara: HAP (Hipertensão Arterial Pulmonar).
Em 2010, a Pfizer tomou a decisão de focar sua atuação em três segmentos. Um de produtos estabelecidos (Global Establish Products), onde ficam os produtos mais maduros, que estão no mercado há algum tempo e que representam mais do que a metade do negócio total da Pfizer.
Uma segunda divisão de produtos inovadores (Global Innovative Products), a área mais tradicional do negócio farmacêutico, e a terceira unidade é a de vacinas e oncologia (Vaccines, Oncology and Consumer Healthcare), que foi a que mais cresceu com a vacina para o coronavírus na pandemia.
Em junho de 2020, a Bayer decidiu descontinuar a importação e a comercialização no Brasil do medicamento Levitra® 20 mg, com 8 comprimidos revestidos.
VIAGRA GENÉRICO
Em 2010, EMS, laboratório farmacêutico líder no Brasil, começou a produzir o genérico e o similar de marca do Viagra. Ao todo, foram três anos de pesquisa e investimentos na ordem de R$ 20 milhões. A EMS foi o primeiro laboratório no País a receber da Anvisa o registro de produção para o genérico do medicamento para disfunção erétil.
A Sandoz, divisão de medicamentos genéricos da multinacional alemã Novartis, será a segunda farmacêutica brasileira a colocar no mercado o genérico do Viagra, medicamento da multinacional Pfizer, que perdeu a patente.