É muito comum encontrar as máquinas de recarga quebradas nas estações de BRT (Bus Rapid Transit). Também é frequente não estar funcionando com as opções de cartão, seja débito ou crédito. Faltam pontos para recarga e divulgação. Ficamos perdidos sem saber o que fazer ou onde carregar o VEM”, critica o administrador de empresas Alberto Santos
Foto: Roberta Soares
“É muito comum encontrar as máquinas de recarga quebradas nas estações de BRT (Bus Rapid Transit). Também é frequente não estar funcionando com as opções de cartão, seja débito ou crédito. Faltam pontos para recarga e divulgação. Ficamos perdidos sem saber o que fazer ou onde carregar o VEM”, critica o administrador de empresas Alberto Santos, encontrado pela reportagem sem conseguir recarregar o VEM na Estação de BRT Praça da República. Nas imediações, pelo menos outras quatro estações estavam com os equipamentos ruins: Riachuelo, IEP, Araripina e Tacaruna – está última com a máquina totalmente isolada para uso.
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O MPPE garante estar acompanhando o processo de perto e cobrando providências. Segundo o promotor de Transportes, Humberto Graça, no último encontro realizado para discutir a ampliação da rede, no início de maio, a Urbana (o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco) se comprometeu a ofertar 6 mil pontos de vendas até outubro deste ano.
Em 2016 havia 516 pontos, em 2017 houve um aumento para 696 e, atualmente, existem 1.493 pontos, segundo a Urbana informou oficialmente ao MPPE. “A Promotoria defende a bilhetagem eletrônica (uso dos créditos eletrônicos no lugar de dinheiro) por entender que ela melhora a operação do sistema, mas o modelo adotado precisa ser bom para a população. Queremos uma rede ampla e gratuita. Não adianta apenas ampliar os pontos de venda que são pagos. Os passageiros precisam ter a opção da compra e recarga de créditos sem custos adicionais. Tem que ser algo como o celular, que as pessoas compram créditos em qualquer lugar, com facilidade”, explica Humberto Graça.
Por isso, além da ampliação da rede está sendo exigido pelo MPPE a realização de um estudo, tanto pela Urbana como pelo governo de Pernambuco (leia-se GRCT e Secretaria das Cidades), da rede ideal para venda gratuita de créditos do VEM. “A partir desse levantamento, que tem prazo para ser apresentado até o fim de julho, é que saberemos qual a necessidade da população.
E, em seguida, discutir a ampliação da rede na qual é feita cobrança ao usuário”, diz o promotor. O setor empresarial, por sua vez, tem interesse em atender às exigências do MPPE porque quer retirar os cobradores dos ônibus e, assim, reduzir o custo operacional e a circulação de dinheiro nos coletivos – uma tendência mundial, vale ressaltar. Sem essa rede de vendas satisfatória não conseguirá dar continuidade ao processo. Das 32 linhas em operação no Grande Recife que perderam os cobradores, 28 ficaram sem o profissional num único mês de 2017.
Segundo a Urbana-PE, atualmente existem 1.974 pontos de venda na RMR e a lógica do sistema é não cobrar taxas dos passageiros que usam o VEM Comum porque eles estariam pagando a passagem em dinheiro. Mas é difícil não taxar o VEM Estudantil ou as compras com cartões de crédito e débito porque há um custo de operação de R$ 1,5 milhão por mês que precisa ser pago. Em relação à ampliação da rede, o sindicato argumenta que, ao instalar máquinas de recarga nos terminais integrados atende praticamente 80% dos usuários do sistema.
Por nota, o GRCT transferiu a responsabilidade do problema para a Urbana-PE e disse ter solicitado ao sindicato a isenção da cobrança de taxas para os passageiros que fazem as recargas em máquinas portáteis, tendo uma sinalização positiva do setor. Confirmou, ainda, que não há multas previstas para o setor empresarial por não oferecer uma rede de vendas suficiente.