Para ter transporte público de qualidade, eleja o prefeito certo

Em artigo, Fernando Jordão, membro da Academia Pernambucana de Engenharia e professor da UFPE, alerta para a importância do papel do prefeito na qualidade do transporte nas cidades
Roberta Soares
Roberta Soares
Publicado em 18/10/2020 às 9:52
Estamos falando de um sistema que movimenta R$ 1 bilhão por ano e que tem na tarifa paga pelo passageiro a principal fonte de renda. Uma realidade que fragiliza ainda mais o sistema e que gera ainda mais injustiça social Foto: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM


Por Fernando Jordão

O prefeito é o único político com poder para resolver problemas de transporte público ou privado no município. A eleição municipal confere ao eleitor o grande poder de escolher o chefe do executivo. Sua Excelência é a autoridade do poder público municipal que viabiliza e autoriza a construção de calçadas, ciclovias, pavimentos, estacionamentos, terminais e até via férrea, compondo uma rede onde serão operados modos de transportes alternativos, complementares, ativos e motorizados, de maneira a garantir ao cidadão um transporte com qualidade. É ele que, com o orçamento aprovado pelos vereadores, subsidia, com recursos do contribuinte, a manutenção e operação das infraestruturas e sistemas de controle e fiscalização; escolhe o operador privado dos veículos e, mais importante, fixa a tarifa que o cidadão paga pelas viagens dentro do município.

"Para prefeito, portanto, escolha um candidato que demonstre respeito pelo Plano Diretor e de Mobilidade do município; que valorize a gestão dos transportes indicando gestores com boa capacidade de diálogo e formação técnica; que seja rigoroso quanto à sustentabilidade técnica, econômica, social e ambiental dos projetos de transporte" " - Fernando Jordão

FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM - Fernando Jordão, professor UFPE

Para prefeito, portanto, escolha um candidato que demonstre respeito pelo Plano Diretor e de Mobilidade do município; que valorize a gestão dos transportes indicando gestores com boa capacidade de diálogo e formação técnica; que seja rigoroso quanto à sustentabilidade técnica, econômica, social e ambiental dos projetos de transporte; que saiba que um processo de licitação para escolha de operador privado não é transferência de responsabilidade da prestação dos serviços; que tenha o discernimento de que tarifa módica decorre da transparência dos custos e de maior número de usuários pagantes, sem gratuidades abusivas e que reconheça as virtudes e benefícios de um consórcio metropolitano de transporte e que se motive para aderir a esse instrumento na busca de um transporte barato, sustentável e de qualidade. Por seu lado, o eleitor, no silêncio da urna, exerça seu poder e escolha seu sistema de transporte urbano desejado.

Membro da Academia Pernambucana de Engenharia

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