O BRT pernambucano, de fato, não tem sorte. Incompleto e sem a prioridade viária devida desde o primeiro dia de operação, seis anos atrás, sofre até hoje. Teve 25 das 46 estações literalmente depenadas por duas vezes e segue operando parcialmente desde o início da pandemia. Agora, são as duas novas estações que entraram em operação há menos de um ano na recém modernizada Avenida Conde da Boa Vista, Centro do Recife, que começaram a apresentar problemas que não só comprometem a operação, mas também a imagem já tão sofrida do BRT pernambucano.
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“É um absurdo ver essa situação num equipamento tão novo. Foi tanto dinheiro investido para já estar assim”,criticou o passageiro Edvânio Marques
A Estação Soledade, a mais recente a entrar em operação, já tem diversos vazamentos dos equipamentos de ar-condicionado e portas desativadas. Nesta quarta-feira (27), estava tomada pela água. Parecia que chovia no interior da unidade. Os passageiros que usam os equipamentos, como é de se esperar, reclamaram. “É um absurdo ver essa situação num equipamento tão novo. Foi tanto dinheiro investido para já estar assim”, criticou o passageiro Edvânio Marques.
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Na Estação Hospício, a primeira a ser inaugurada, em maio de 2020, o mesmo problema. Vazamento nos equipamentos de ar-condicionado e muita reclamação. “A gente pensava que, com essas novas estações, o BRT ia ser outra coisa. Mas pelo jeito não vai mudar muito”, afirmou a aposentada Dalvarina Fonseca.
Inicialmente, acreditava-se que tinha sido mais um ato de vandalismo praticado contra o BRT, mas o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), gestor do transporte público da RMR, explicou que as portas estão danificadas porque houve um problema no trilho que faz a porta correr quando os veículos BRTs se aproximam para o embarque e desembarque dos passageiros. E que, como as estações são novas, o conserto está incluso na garantia da obra. O mesmo acontece com os vazamentos. O CTM informou, ainda, que irá entrar em contato com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), responsável por toda a obra de requalificação da Conde da Boa Vista e também pela construção das estações, para que ela solicite os reparos à construtora.
A gente pensava que, com essas novas estações, o BRT ia ser outra coisa. Mas pelo jeito não vai mudar muito”,afirmou a aposentada Dalvarina Fonseca
Vale lembrar que as estações custaram mais de R$ 10 milhões e entraram em operação em oito meses (Hospício) e seis meses (Soledade), dentro do projeto de requalificação da Avenida Conde da Boa Vista. Além disso, as duas unidades que integram o Corredor de BRT Leste-Oeste, quando liberadas para a população, representaram um resgate do conceito original que o BRT deveria ter em Pernambuco e em algumas cidades do País que o adotaram, como o Rio de Janeiro: diferenciado, com mais qualidade, beleza e conforto.
As duas estações - pelo menos por enquanto - voltaram a ter bloqueios no padrão original do projeto. Mais refinados e bem diferente das catracas-monstro que foram substituindo o equipamento ao longo dos anos no Grande Recife. Um bloqueio que, é importante dizer sempre, não só enfeia como constrange o passageiro honesto e pagante do sistema, adotado devido à evasão e invasão das estações do BRT.
* Matéria atualizada às 16h do dia 28/01
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“É um absurdo ver essa situação num equipamento tão novo. Foi tanto dinheiro investido para já estar assim”,
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A gente pensava que, com essas novas estações, o BRT ia ser outra coisa. Mas pelo jeito não vai mudar muito”,
afirmou a aposentada Dalvarina Fonseca
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