Estrada boa e, por isso, segura, com menos risco de sinistros de trânsito (não é mais acidente que se diz. Entenda a razão) é estrada concedida à iniciativa privada, ou seja, pedagiada.
Quando comparadas às rodovias sob gestão pública, o abismo da insegurança viária é gigantesco: o risco de colisões é quatro vezes maior do que nas públicas.
A constatação - já conhecida de muitos que lidam com a matança promovida pelo trânsito brasileiro - foi reafirmada por um estudo inédito da Fundação Dom Cabral (FDC), realizado pela Plataforma de Infraestrutura em Logística de Transportes (PILT).
Conheça o projeto de pedágio para três rodovias de Pernambuco
O estudo analisa os sinistros de trânsito registrados nas rodovias federais brasileiras (BRs) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre 2018 e 2021. E constatou que não só o perigo, mas a fatalidade das colisões é muito maior nas estradas públicas.
A Fundação Dom Cabral concluiu que as taxas de acidentes (TAc) e de severidade dos mesmos (TSAc) são consideravelmente maiores nas rodovias sob gestão pública.
Os Estados brasileiros com as maiores taxas de sinistros foram o Rio Grande do Sul e o Paraná, na região Sul do País. Os dois, além de apresentarem as maiores taxas de acidentes (TAc), também estão nas primeiras colocações no ranking das taxas de severidade das ocorrências (TSAc).
Confira o estudo na íntegra
Os dois são seguidos mais à distância por um segundo bloco composto por Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro. As rodovias federais que cortam Pernambuco aparecem em 13º lugar entre as taxas de severidade dos sinistros e em 14º quando o recorte é apenas das taxas de sinistros. É o quinto Estado nordestino no ranking dos piores. À frente dele estão Rio Grando do Norte, Bahia, Piauí e Ceará.
As maiores rodovias do Brasil e aquelas que cortam boa parte do País também são as mais perigosas. Essa constatação repercute diretamente no ranking dos Estados. Ou seja, quanto maior o trecho da rodovia no Estado, pior a situação dele no mapeamento feito pela Fundação Dom Cabral.